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Macron ganha queijo de Piumhi em cesta com produtos brasileiros

30 de março de 2024

Foto: Reprodução.

BELO HORIZONTE – O presidente da França, Emmanuel Macron esteve em visita oficial ao Brasil na semana passada e ganhou um queijo produzido em Piumhi. Macron foi presenteado com seis queijos, quatro deles produzidos em Minas, e um espumante gaúcho.

Ele recebeu os produtos das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última quinta-feira, 28, durante encontro dos dois chefes de Estado no Palácio do Planalto. Um dos queijos que o presidente francês levou na bagagem de volta para a França é o Serjão Canastra, feito em Piumhi e que já premiado no país de Macron.

De acordo com reportagem do jornal Estado de Minas, os outros são de Aiuruoca, de Virgínia e de Bueno Brandão e a escolha dos queijos mineiros para presentear o presidente francês, país com tradição reconhecida no mundo todo na produção de queijos, representa a importância dos produtos artesanais feitos em Minas Gerais.

“Primeiro destacar, independente de direcionamento político, a grandiosidade deste ato aí e como isso repercutiu positivamente, e vai repercutir ainda mais na história dos produtores de queijo artesanal. (…) Isso tem uma representatividade sem tamanho. Pensar que há 10 anos, quando eu comecei a dar assistência técnica especificamente para produtores de queijo artesanal, as pessoas não conheciam os nossos queijos, preferiam fazer compras por queijos de outros países, até mesmo os franceses”, celebrou a especialista em queijos, Renata de Paoli.

Além do Serjão Canastra, Macron também ganhou um Goa Moderado, de Aiuruoca, um Maranata Bronze, de Virgínia, e um Lua Cheia, de Bueno Brandão.

Todos são premiados em concursos realizados no Brasil e no exterior, alguns com premiações até no país de Macron, como o caso do Serjão Canastra, que recebeu a premiação máxima (Medalha Super Gold), na categoria maturação de 100 dias, no Mondial du Fromage (Mundial do Queijo) de 2021, em Tours, na Região Central da França.

“Isso expressa na cultura mineira a importância deles para o Estado. É mostrar que a gente está na vanguarda. (…) A gente é o estado que tem mais tradição, é o estado em que a maioria dos outros estados se inspira, embora cada um tenha a sua trajetória e sua história dentro do queijo artesanal, mas quando a gente fala de Minas Gerais, uma das primeiras coisas que vêm à cabeça é também o queijo”, disse Paoli.

Premiado na França, o Serjão Canastra é produzido por Sérgio de Paula Alves, o Serjão, em Piumhi, na Serra da Canastra. O queijo também acumula premiações como a medalha de ouro no Prêmio Queijo Brasil, duas medalhas de prata no Expoqueijo em Araxá, entre outros títulos.

“Meu celular disparou de tanta mensagem que recebi, ligação de amigos. (…) A gente ficou muito feliz. É o reconhecimento, a gente, pequeno produtor, ver nosso queijo ser um presente para Chefes de Estado é algo que nunca imaginei”, celebrou o produtor.

Serjão relata que iniciou a produção há oito anos e que deu uma guinada na vida para realizar o sonho de trabalhar na roça. Na fazenda do avô, que produzia leite, decidiu começar a produção do Canastra.

“Sempre tive o sonho de trabalhar com a roça. Na época, eu era corretor de seguros e fazia faculdade de Direito, estava na metade do curso, parei tudo e fui para a roça”, relatou.

O queijo Serjão Canastra é um queijo de casca florida, que é quando tem fungos na superfície, e é normalmente feito de leite cru e massa crua, segundo explicou a especialista Renata de Paoli.

“A fabricação dele é igual ao Canastra tradicional mesmo, mas durante o processo de maturação dele o nosso queijo tem aquele mofo natural, mofo branco, ele prolifera durante a maturação, que foi o que deu esse destaque e reconhecimento de qualidade”, descreveu Serjão.

Apesar de não ter autorização para comercializar o produto fora de Minas Gerais, Serjão afirma que “o pessoal compra aqui e leva para o Brasil inteiro”.