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Schwarzenegger: hábitos para mudar a vida

30 de outubro de 2023

Ator e ex-governador diz que foi parar na autoajuda após chegar ao ‘fundo do poço’./ Foto: Reprodução.

LITERATURA

Se tem alguém que pode dizer que viveu muitas coisas, é Arnold Schwarzenegger. O ator de 76 anos foi fisiculturista, estrela da franquia O Exterminador do Futuro e governador do estado da Califórnia. Com seu novo livro, ‘Seja útil: 7 ferramentas pra vida’, que chegou às livrarias em outubro pela Sextante, ele quer consolidar o que chama de “quarto ato” de sua vida. Leia abaixo um trecho da obra.

Para ele, esse “quarto ato” é a unificação de todos os atos anteriores, o atleta, o ator e o político, para torná-lo “o mais útil possível”. Ele dedica o livro ao pai, morto em 1972, já que acredita que este é o conselho que teria recebido se ele estivesse vivo.

Na obra, o artista descreve, a partir de suas experiências pessoas, sete hábitos que o leitor deve adquirir para ter uma vida pessoal e profissional feliz e bem-sucedida. Mas como Schwarzenegger foi parar na autoajuda?

O autor explica, na introdução, que precisou se reinventar após o seu segundo mandato como governador quando, em 2011, chegou ao “fundo do poço” após um escândalo de traição vir à tona.

Ele não menciona o caso diretamente, mas lembra que basta uma pesquisa na internet para saber: Schwarzenegger teve um filho fora do casamento dele com jornalista Maria Shriver, a criança era fruto da relação extraconjungal com a governanta que trabalhava na casa do casal.

“Nunca imaginei que, como resultado de todos os fracassos, redenções e reinvenções, eu me tornaria um cara da autoajuda”, diz Schwarzenegger no livro. Mas foi o que aconteceu: ele começou a ser convidado para dar palestras motivacionais, seus discursos viralizaram na internet e ele passou a receber altos cachês para “propagar” sua palavra.

‘Seja útil: 7 ferramentas pra vida’ é Schwarzenegger aderindo de vez ao mundo da autoajuda. No livro ele próprio diz que “esses livros podem se tornar uma autorização para o egoísmo”, mas tenta argumento a seu favor em capítulo que fala que ajudar ao próximo é ajudar a si mesmo.

“Um livro como este é uma conversa entre duas pessoas: o escritor e o leitor. Nós dois. Não sou eu falando com o mundo inteiro, sou eu falando com você. É uma relação profunda e sagrada, na minha opinião. Só que algo esquisito pode acontecer com livros assim, quando o objetivo do autor é motivar você, o leitor, a criar uma visão para a própria vida, a pensar grande e a fazer o necessário para concretizar essa visão. Esses livros podem se tornar uma autorização para o egoísmo. Eles podem ser usados para justificar uma postura de ‘eu contra o mundo’ que transforma o autoaperfeiçoamento em um jogo de soma zero. Para você se tornar mais rico, alguém precisa se tornar mais pobre. Para você se tornar mais forte, alguém precisa se tornar mais fraco. Para você vencer, alguém precisa perder”, diz um trecho.