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Pânico VI: mais violento e brutal

9 de março de 2023

Ghostface ainda mais brutal e explorando as diferentes possibilidades de cenários claustrofóbicos em Nova York./ Divulgação.

CINEMA

Pânico é uma das franquias mais queridas do terror no cinema e também uma das mais importantes para o gênero, considerando que ela foi fundamental para reinventar o saturado slasher nos anos 90, pelo uso de metalinguagem e, claro, o mistério sobre a identidade por trás da máscara do assassino Ghostface. Após o sucesso do primeiro filme “Pânico” (1996), foram lançadas as sequências “Pânico 2” (1997), “Pânico 3” (2000) e “Pânico 4” (2011), que marcou a despedida de Wes Craven na direção, antes da sua morte em 2015. Com a missão de repaginar e continuar o legado da franquia, os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett assumiram o comando para “Pânico 5” (2022).

O filme levou o público de volta a Woodsboro e apresentou novos rostos no elenco de protagonistas, como Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding), mas também o retorno de personagens clássicos, como Dewey Riley (David Arquette), Sidney Prescott (Neve Campbell) e Gale Weathers (Courteney Cox). Essa fórmula deu certo e “Pânico VI” (2023), em cartaz no Cine Roxy, em Passos, e Cine A, em Paraíso, continua os eventos do filme anterior e aumenta mais as apostas, levando os sobreviventes para Nova York.

Depois das últimas mortes provocadas pelo Ghostface em Woodsboro, os quatro sobreviventes, Sam, Tara, Mindy e Chad, resolveram deixar a cidade pequena e se mudar para Nova York na tentativa de começar uma nova vida, deixando para trás suas experiências traumáticas enfrentadas. Mas isso não vai acontecer tão facilmente, pois o assassino mascarado está de volta mais uma vez e com novos truques.

Pânico de 2022 funcionou como uma sequência legado do clássico primeiro filme, estabelecendo novos personagens ao lado de rostos queridos que acompanhamos ao longo de vários filmes. Enquanto isso, ele ainda brincava com a metalinguagem da referência deixada pela obra original (e, consequentemente, a leva de filmes fictícios de facadas inspirados em seus eventos), apontando as críticas ácidas para o comportamento tóxico de fãs de franquias cinematográficas, especialmente em fóruns de discussão na internet.

Lançado em 1997, “Pânico 2” brincava com o fato de ser uma continuação e ter a necessidade de ser maior e mais ambicioso, em todos os sentidos, do que o primeiro filme, enquanto levava seus estudantes para a faculdade e expandia o que conhecemos sobre sua mitologia. “Pânico VI” é bastante semelhante nesse aspecto, mas amplia ainda mais seu olhar autoconsciente para toda uma franquia estabelecida desde os anos 90, buscando retomar e subverter regras e elementos apresentados ao longo de cinco produções.

No final das contas, “Pânico VI” conta com algumas das mais sangrentas e criativas sequências de mortes da franquia, apresentando um Ghostface ainda mais brutal e explorando as diferentes possibilidades de cenários claustrofóbicos em Nova York. Essa sequência explora a metalinguagem pelo legado que esses filmes deixaram na cultura pop e, principalmente, em como Hollywood cria uma obsessão em suas franquias, usando isso para subverter as expectativas do público.

PÂNICO VI (Screen VI). EUA, 2023. Gênero: Comédia, Terror. Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett. Elenco: Courtney Cox, Jenna Ortega, Melissa Barrera. Cine Roxy, em Passos, 19h. Cine A, em Paraíso, 16h30 e 21h15.