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Pandemia freia alta no VAB do turismo mineiro

25 de agosto de 2023

Cachoeira Gemeas-trilha-viking, em Capitolio./ Foto: Divulgação.

BELO HORIZONTE -A pandemia interrompeu o ciclo de crescimento do Valor Adicionado Bruto (VAB) do turismo na economia de Minas em 2020. O índice caiu de 3,9%, recorde no estado, para 3,36%. Até 2019, o turismo mineiro havia registrado crescimento e, em dez anos, o VAP do turismo quase dobrou, passando de R$ 305,2 bilhões para R$ 601,1 bilhões.

Na região, Capitólio é apontado com um dos municípios mineiros com maior participação das atividades características do turismo na economia local em 2020 com um índice de R$ 3.878 por habitante.

As informações são parte do estudo Valor Adicionado Bruto (VAB) do Turismo em Minas Gerais no período 2010-2020, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (FJP) e divulgado nesta quinta-feira, 24, durante webinário com as participações dos pesquisadores da FJP Raimundo Leal e Thiago Almeida, e do subsecretário estadual de Turismo de Minas Gerais, Sérgio de Paula e Silva Júnior.

Informações da FJP apontam que, entre 2010 e 2020, o VAB de Minas Gerais dobrou em termos nominais – preços correntes do tempo referido: passou de R$ 305,2 bilhões para R$ 601,1 bilhões, aproximadamente.

No período, o VAB das atividades características do turismo no estado cresceu na mesma proporção: de R$ 10,8 bilhões para R$ 20,2 bilhões. 

Entre 2019 e 2020, o VAB de todas as atividades em Minas Gerais teve um crescimento corrente de 5,2% (de R$ 571, 5 bilhões para os R$ 601,1 bilhões). Nesse mesmo intervalo, o VAB do turismo do estado sofreu queda de 9,4%: de R$ 22,3 bilhões para R$ 20,2 bilhões.

Composição

No que diz respeito à composição do VAB do turismo em Minas Gerais em 2020, os serviços de alimentação foram responsáveis por 47,5% do valor agregado pelas atividades turísticas no estado. Nesse período, os aluguéis não imobiliários (automóveis e outros meios de transporte sem condutor e equipamentos recreativos e esportivos) representaram 22,1% do total, e o transporte terrestre de passageiros (metroferroviário, rodoviário e serviços de táxi) representou 10,6% do VAB turístico.

Os serviços prestados às famílias (atividades artísticas, criativas e espetáculos, atividades de recreação e lazer, produção e promoção de eventos esportivos, atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental) foram responsáveis por 6,3% do valor agregado pelo turismo em Minas Gerais em 2020, enquanto as atividades auxiliares do transporte (terminais rodoviários e ferroviários e operação dos aeroportos e campos de aterrissagem) o foram por 3,9%.

Já os serviços de alojamento e hospedagem representaram 3,8% do valor agregado associado ao turismo estadual; as agências de viagens e organizações de eventos contribuíram com 2,4% do VAB do turismo de Minas Gerais no período avaliado. Por sua vez, os serviços de transporte aéreo de passageiros e o comércio vinculado ao turismo participaram, cada um, com 1,7%; o transporte aquaviário de passageiros foi responsável por apenas 0,01% do valor agregado pelo turismo estadual em 2020.

Municípios

Os municípios mineiros com maior participação das atividades características do turismo na economia local em 2020 foram Confins, Tiradentes, Sapucaí-Mirim, Ribeirão Vermelho, Bom Jesus do Amparo, Santana do Riacho, Capitólio, São Brás do Suaçuí, Virgínia e Itapeva.

O estudo da FJP apresenta também uma métrica alternativa para avaliar a importância da atividade turística para a economia local: a razão entre o VAB do turismo e a população de cada território, medida que representa a valoração do que é agregado com o turismo para cada habitante local.

Para a totalidade do estado, o valor mensurado foi de R$ 949 per capita em 2020. Já os maiores valores per capita foram observados nos municípios de Confins (R$ 52.651), Extrema (R$ 11.259), Itapeva (R$ 6.414), Córrego Danta (R$ 4.836), Tiradentes (R$ 4.829), Jeceaba (R$ 3.963), Capitólio (R$ 3.878), Ribeirão Vermelho (R$ 3.615), Araporã (R$ 3.423) e Camanducaia (R$ 3.322).