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‘Oppenheimer’ vence Globo de Ouro

8 de janeiro de 2024

Integrantes da equipe de 'Succession' posam com o Globo de Ouro conquistado em 2024./ Foto: Mario Anzuoni.

CINEMA

O Globo de Ouro 2024 aconteceu neste domingo, 7, premiando as principais produções do cinema, TV e streaming lançadas ao longo do ano passado. Em cerimônia que durou cerca de três horas, o filme “Oppenheimer” foi o grande vencedor da noite, conquistando cinco prêmios. Já entre as séries, a temporada final de “Succession” levou quatro.

“Barbie”, que havia liderado as indicações com nove, uma a mais que “Oppenheimer”, levou apenas nas categorias de melhor música e melhor filme entre os ‘campeões de bilheteria’.

Entre os filmes que tiveram sete indicações, “Pobres Criaturas” conseguiu o prêmio de melhor filme de comédia ou musical, além da vitória de Emma Stone como atriz na mesma categoria. “Assassinos da Lua das Flores”, filme de Martin Scorsese com elenco estrelado, levou apenas a estatueta de Lily Gladstone como melhor atriz em drama.

No streaming e TV, outro destaque foi “Treta”, que levou tanto o prêmio de melhor série quanto os de melhor ator e atriz na categoria de minissérie ou filme para TV. “O Urso” teve o mesmo sucesso na categoria de melhor série de comédia ou musical.

O Globo de Ouro 2024 agoniza para cumprir o compromisso de caminhar na direção de um prêmio mais diverso. E de provar que mudou, enquanto tenta recuperar a credibilidade que um dia teve no hall das principais premiações da indústria cultural. Mas, após a queda, ele ainda se arrasta.

Após as recusas de Chris Rock e Ali Wong de apresentar o prêmio — escolhas que aliariam talento e diversidade —, o lugar de mestre de cerimônias ficou para o comediante Jo Koy, numa definição que só saiu em 21 de dezembro. Talvez a pressa tenha afetado a performance: o host não cativou e foi, honestamente, chato.

Por outro lado, a entrega dos prêmios certos a concorrentes certos fez um aceno de que busca resgatar seriedade. Troféus importantes pinçados para artistas específicos atenderam a parte das reivindicações. E a adição da categoria de ‘Conquista Cinematográfica e de Bilheteria’ é um claro agrado à cadeia produtiva hollywoodiana para manter relevância

Foi uma cerimônia à caça de equilíbrio. Tendo se consagrado por ser talvez a festa menos formal das premiações, com convidados sentados em mesas e open bar, ser divertido era o mínimo. Ao procurar por sobriedade, pode ser que o charme tenha se perdido em meio ao escândalo.

A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), que organizava o evento desde 1944, acabou extinta em 2023 com a compra dos direitos do prêmio pela Eldridge Industries e a Dick Clark Productions.

A aquisição foi o ponto culminante de uma escalada iniciada em 2021, após o jornal Los Angeles Times expor um esquema de possível compra e venda de votos. Com ele, veio ainda a público o dado de que não havia nenhum jornalista negro entre os 87 integrantes da organização.

As repercussões que se seguiram trouxeram boicotes de artistas naquele ano, cancelamento da transmissão na TV pela rede NBC em 2022 e uma série de reformas estruturais. Premiar Michelle Yeoh e Ke Huy Quan como Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” no ano passado amenizou a pressão, mas não foi suficiente.