Opinião

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19 de dezembro de 2023

LÍVIA ALVES E SOUZA

O papel das bibliotecas na democratização do conhecimento

Advinda do grego “biblion” (livro) e “teke” (caixa, depósito), a palavra biblioteca significa depósito de livro. Elas existem desde o segundo milênio A.C., naquele tempo eram acervos de tábuas de argila para manter as representações do povo e da época. Depois de muito tempo, elas eram associadas a religiosidade e muitas vezes encontradas dentro dos mosteiros. No século XV com a invenção da prensa de Gutenberg foi permitida a reprodução em massa, o que contribuiu para o maior acesso.

A partir do século XVIII foram surgindo as bibliotecas públicas, e com o tempo as especializadas em diferentes campos, como a medicina e a ciência. Desde o século XX com avanços tecnológicos foram usadas formas de preservar materiais raros, além de serem usados sistemas de gerenciamento que facilitam a busca e recuperação de dados.

Além de ser um espaço onde se pode pegar livros emprestados, elas possuem um papel de centros dinâmicos de aprendizado. Atualmente elas contam com espaços para reuniões, wokshops, e eventos educacionais. Se colocando como um lugar de não apenas facilitar o acesso à informação, mas também a troca de conhecimentos entre a comunidade.

Juntamente com a evolução tecnológica, as bibliotecas prosperaram, disponibilizando recursos digitais como as bibliotecas virtuais, expandindo a educação formal. O site “Domínio Público” é um dos grandes exemplos do acesso a livros, fotografia, arquivos de som e vídeo, que seriam difíceis de achar e muitas vezes são usados como materiais de estudos em escolas.

Ademais, os bibliotecários executam um papel fundamental na seleção de materiais, buscando atender às necessidades de quem frequenta o local. Eles não precisam apenas organizar o local, como também manter tudo em bom estado e garantir a qualidade.

Outro ponto para o qual as bibliotecas são fundamentais, é na educação informal, ou seja, aquela fora de escolas e outras instituições de ensino e também no aprendizado autodirigido (o qual a pessoa é responsável pelo próprio aprendizado). Espaços como as bibliotecas são tranquilos e inspiradores, colaborando com a concentração e estimulando a aprendizagem. Outrossim, algumas bibliotecas possuem espaços de laboratório de fabricação, que são equipados com ferramentas e tecnologias, as quais permitem que algumas pessoas experimentem e desenvolvam projetos.

Além disso, algumas oferecem cursos, e têm clube do livro e grupos de discussão, proporcionando a interação social e um local para troca de ideias. Existem também os programas recreativos de leitura, como contar histórias para crianças, estimulando a leitura desde pequenos, e premiações, como leitor do ano, o qual eles dão algum tipo de prêmio para aqueles que mais lerem durante o ano. Desse modo, promovem que as pessoas procurem conhecimento nos livros, uma vez que contam com livros de assuntos específicos, e de leitura por prazer.

No entanto, mesmo que tenham um papel importante, muitas bibliotecas sofrem restrições financeiras, não permitindo que invistam nas tecnologias, novos materiais e programas, além de construções muito antigas, com diversos problemas estruturais. Não apenas isso, mas várias vezes falta a participação da comunidade, sendo para os programas, palestras, ou até mesmo para a doação de materiais. Além disso, a rápida evolução da tecnologia pode ser difícil de se acompanhar e atender a sociedade.

Por mais que a tecnologia ajude em muitos fatores, ao se falar em livros, os digitais, estão sendo cada vez mais usados, deixando as bibliotecas que possuem apenas os físicos, sem acervo digital serem prejudicadas, uma vez que o próprio público muitas vezes prefere ler por meio de telas. Não apenas isso, mas a quantidade de conteúdo online, é outro fator que prende a atenção para longe de livros, e formas de educação, em alguns momentos são conteúdos educativos, mas muitos são apenas triviais.

Portanto, as bibliotecas são de extrema importância para a democratização do conhecimento. Sendo capazes de facilitar a educação informal, com conteúdo integrativos, e tecnologias. Consistindo em espaço de inclusão e de participação social, abrindo as portas a toda a comunidade, permitindo assim que a sociedade seja mais informada e capacitada, colaborando com a igualdade.

LÍVIA ALVES E SOUZA, acadêmica do curso de Comunicação Social na UEMG – Passos e bolsista no Projeto de Extensão “Universidade e comunidade em diálogo: a democratização do conhecimento e a potencialização da cidadania científica” (Edital PAEx 01/2023).