CINEMA

As notícias davam conta de que a Warner não sabia muito bem o que fazer com Aquaman 2 – O Reino Perdido, tanto que a aposta é bem baixa. Pura bobagem. O filme não é tão ruim quanto se apregoa. Não que seja exatamente bom, mas é extremamente assistível em duas horas de visual extravagante e trama pífia.

O filme de James Wan retoma mais ou menos onde o primeiro parou. Arthur Curry (Jason Momoa) é o rei de Atlantis, casado com Mera (Amber Heard), e eles têm um filho recém-nascido, Arthur Jr. O protagonista não está, na verdade, na contente com sua posição de rei, afinal a burocracia e a política o cansam.

No roteiro assinado pelo diretor, Momoa e David Leslie Johnson-McGoldrick, há um subtexto envolvendo o aquecimento global. A destruição do planeta está despertando criaturas adormecidas ha milênios no fundo do mar, colocando risco a vida dos seres marítimos e também a terra.

Fora essa questão séria, que é apenas um pretexto, o filme transita entre os mais diversos gêneros, desde uma sitcom, um drama familiar, um filme de ação e ficção científica e fantasia (com piscadelas para O Senhor dos Anéis e Star Wars). Não que Wan se mova de forma tranquila, mas há uma clara paixão dele por nunca estacionar em um único gênero.

Atlantis é ameaçada pelos humanos com sua destruição do planeta, e Arthur por Manta Negra (Yahya Abdul-Mateen II), que quer vingar a morte de seu pai, e a descoberta por ele e sua equipe de um tridente negro que desperta forças malignas e lhe dá poderes, dando-lhe a arma perfeita para conseguir acabar com o herói do filme.

Aquaman, por sua vez, liberta a única pessoa que o poderá ajudar – que também é seu maior rival –, seu meio-irmão Orm (Patrick Wilson), que está preso num deserto, mas com quem se unirá para salvar o Reino. A trama do filme é simples, movendo-se de uma pequena complicação a outra sem muitos problemas para o protagonista.

O que mais parece importar a Wan aqui é o visual do fundo do mar. E nisso está a força e beleza do filme, sem qualquer medo de ser exagerado ou brega. E disso surge um fundo do ar que transita entre os coloridos, animais estranhos, seres fantásticos, mas também com cantos soturnos e criaturas ameaçadoras.

Wan cria um filme de despedida mesmo. Transparece a ideia de se fechar um ciclo e de criar um final que, ao mesmo tempo, encerra a história, mas também é suficientemente aberto caso algum produtor se interesse em bancar um novo longa protagonizado por Aquaman.

AQUAMAN 2 – O REINO PERDIDO (Aquaman and the lost kingdom) EUA, 2023. Gênero: Aventura, Fantasia. Classificação: 12 anos. Direção: James Wan. Elenco: Jason Momoa , Amber Heard, Nicole Kidman , Patrick Wilson. Cine Roxy, em Passos, 18h30 e 21h20 (Dub). Cine A, em São Sebastião do Paraíso, 19h.