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‘Mussum’, a história do trapalhão

8 de fevereiro de 2024

Ailton Graça é o grande destaque como o personagem-título que fez sucesso no cinema./ Foto: Divulgação.

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Já está disponível no catálogo do Telecine um destaque nacional: “Mussum, o Filmis”, sobre a vida de um dos maiores ídolos da TV brasileira. Neste sábado, 10, o filme faz a sua estreia na TV no Telecine Premium, às 22h. Protagonizado por Ailton Graça, o longa leva para as telas a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum. Longa de estreia de Silvio Guindane como diretor, conta com as participações de Cacau Protásio, Flávio Bauraqui e Mussunzinho – filho de Mussum.

Da atual onda de cinebiografias dos últimos anos, “Mussum – O filmis” se revela como uma das melhores. Mas compensa isso com um ótimo trabalho de todos no projeto: a equipe busca entender e reverenciar o homem por trás do popular cantor e humorista, sem parecer apelativo ou ‘chapa branca’.

Inspirado no livro “Mussum – uma história de Humor e Samba”, de Juliano Barreto, o roteiro é dividido em três etapas. A primeira mostra a infância pobre de Antonio Carlos Bernardes Gomes, quando ainda era Carlinhos (vivido por Thawan Lucas Bandeira) e vivia com sua mãe, Dona Malvina (Cacau Protásio). Ainda criança, ele já mostrava aptidão para a música (embora quisesse ser jogador de futebol), apesar da desaprovação da mãe.

A segunda parte mostra Carlinhos já adulto (Yuri Marçal), seguindo carreira na aeronáutica, ao mesmo tempo em que começava a tocar na noite com o grupo “Os Originais do Samba”, escondido dos familiares. É nessa época que ele conhece sua primeira esposa, Nely (Jeniffer Dias) e começa a construir sua própria família.

Na terceira fase, agora Carlinhos (Ailton Graça) ganha destaque com suas participações na TV. Em uma dessas atuações, conhece Grande Otelo (Nando Cunha) e ele acaba lhe dando o apelido que o tornaria conhecido no Brasil inteiro: Mussum.

O filme mostra como ele chamou a atenção de outros humoristas, como Chico Anysio (Vanderlei Bernardino), que o convida para participar da “Escolinha do Professor Raimundo”, na década de 1970. Mais tarde, Renato Aragão (Gero Camilo) o contrata para fazer parte dos Trapalhões, que ainda incluiria Dedé Santana (Felipe Rocha) e Mauro Gonçalves (Gustavo Nader).

Além do protagonista, o elenco conta com ótimas atuações de Cacau Protásio e Neusa Borges, vivendo a mãe de Mussum em fases diferentes. Protásio mostra que pode fazer boas cenas dramáticas e não só cômicas. Borges repete a boa parceria que teve com Ailton Graça na novela “América” (2005), quando também viveram mãe e filho. O trabalho dos dois foi lembrado em Gramado, quando ganharam os Kikitos de Melhor Ator e Melhor Atriz coadjuvante.

Além desses prêmios, “Mussum – o Filmis” levou as estatuetas de Melhor Filme pelo Júri Oficial, Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Ator Codajuvante (Yuri Marçal) e Melhor Trilha Musical. Todos são justos. O filme é bem-sucedido em manter viva a memória do saudoso Trapalhão para quem já o conhece e faz uma boa apresentação do comediante para um novo público. Uma tarefa que apenas boas cinebiografias conseguem cumprir.