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Minas deve ter chuvas e calor acima da média no verão 2024

22 de dezembro de 2023

A previsão para os próximos três meses indica condições favoráveis para chuva acima da média, principalmente em Minas, onde o fenômeno pode ser mais frequente./ Foto: Reprodução.

PASSOS – Teve início às 0h27 desta sexta-feira, 22, o verão no Hemisfério Sul. A estação termina às 0h06 de 20 de março de 2024 e o prognóstico climático produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica condições favoráveis para chuvas frequentes e acima da média em Minas. As temperaturas também devem ficar acima da média climatológica no estado.

Às 0h27 de ontem ocorreu o Solstício de Verão, fenômeno que marca o momento em que o sol atinge a posição mais elevada no céu, alcançando a distância máxima em relação aos pontos cardeais leste e oeste.

Segundo informações dos dois institutos, os moradores do Sudeste, Sul e áreas mais ao sul do Centro-Oeste no Brasil desfrutarão de dias mais extensos e ensolarados, com o sol nascendo mais cedo e se pondo mais tarde, o que proporciona mais horas de luz solar e a manutenção das temperaturas em níveis mais altos.

O verão é a estação caracterizada pela elevação da temperatura em todo o país devido à posição da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos do que as noites e provocando rápidas mudanças nas condições do tempo, com condição favorável para chuva forte, queda de granizo, vento de intensidade moderada a forte e descargas elétricas.

No verão, a ocorrência de chuva é frequente em praticamente todo o País, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde os acumulados de chuva costumam ser inferiores a 400 milímetros (mm).

Agropecuária

No Brasil, o verão é de extrema importância para setores como a agropecuária e a geração de energia, por meio da reposição hídrica do solo e dos reservatórios de hidrelétricas, e para manter os reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.

Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva é provocada, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pelo período chuvoso.

Em média, os maiores volumes de chuva podem ser observados nas regiões Norte e Centro-Oeste, com acumulados entre 700 mm e 1.100 mm.

De acordo com o prognóstico do Inmet, para a Região Sudeste, a previsão para os próximos três meses indica condições favoráveis para chuva acima da média climatológica, principalmente em Minas Gerais, onde o fenômeno pode ser mais frequente. Para a temperatura, as previsões indicam valores acima da média.

Considerando a previsão dos modelos climáticos e a permanência do El Niño, o impacto deste fenômeno na safra de verão 2023/24 merece atenção. No entanto, vale destacar que o clima no Brasil não é apenas influenciado pela atuação do El Niño, já que outros fatores também interferem nas condições do tempo e clima, fazendo com que a previsão climática nas regiões produtoras precise ser avaliada.

No Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a chuva ficou abaixo da média em outubro e novembro, mantendo os níveis de água no solo muito baixos, o que desfavoreceu as fases iniciais dos cultivos de verão.

Nos próximos meses, os níveis devem continuar baixos, persistindo as condições de deficit hídrico e de aumento da evapotranspiração devido às altas temperaturas. No Brasil Central, o retorno da chuva, observado na segunda quinzena do mês de dezembro de 2023, contribuiu para a elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas.

Este cenário tem sido importante para a retomada do plantio e desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto no norte de Minas Gerais, onde os níveis de água no solo estão mais baixos.

No entanto, há previsão de chuva regular para os próximos meses, o que pode contribuir para a recuperação dos níveis de água no solo, favorecendo as culturas em estágios que com maior necessidade hídrica.