Opinião

Mesmo com tantos impostos, Lula não conseguiu entregar nem uma única obra

11 de junho de 2024

Foto: Reprodução

J.R.GUZZO

 

O presidente Lula inaugurou há tempos um novo frigorífico da empresa JBS. Falou para as cadeiras vazias de um auditório que deveria estar lotado com os operários da fábrica, e não estava – mas falou e inaugurou. Lula inaugurou também uma usina da Raízen. Inaugurou uma fábrica de insulina no interior de Minas Gerais. Entregou, até mesmo, novos aviões para a Azul, feitos pela Embraer.

O presidente comanda, com isso tudo, o segundo movimento mais forte do seu governo, logo depois do MST – o MSO, ou Movimento dos Sem Obra. Seu papel vem sendo essencial para a imagem do “Brasil Que Voltou”. Após um ano e meio de governo, e apesar de já ter entrado na casa do trilhão em matéria de gasto, Lula não conseguiu entregar uma única obra. Entrega, então, obras da iniciativa privada, que tanto menospreza nas suas orações em prol do “investimento do Estado” como fator essencial no desenvolvimento do Brasil.

No período de doze meses encerrado no último mês de abril, o déficit do setor público como um todo passou de 1 trilhão de reais – um recorde absoluto, maior até que o registrado no pico da pandemia de Covid, e sem haver pandemia nenhuma. Já tinha exigido, e levado, uma “PEC da transição” que deu a Lula 200 bilhões para gastar – antes mesmo de sua posse na Presidência. De lá para cá, a única estratégia visível do governo para a economia brasileira tem sido aumentar imposto, inventar imposto, antecipar cobrança de imposto, prever receita de imposto.

O Brasil deveria estar, diante disso, soterrado por investimentos públicos do Oiapoque ao Chuí. Mas onde estão os investimentos que fariam a economia “voar”? Onde estão as obras? Onde está a melhoria dos serviços devidos à população? Não dá saber. As realizações do governo ficam nos limites da sua propaganda – que agora tem também a cor vermelha.

O governo Lula está gastando mais dinheiro para falar bem de si próprio do que qualquer outro na história da República. O presidente acha que a vida começa e termina com a “comunicação”. As coisas vão mal? Os índices de popularidade estão caindo? O povo não entende que ainda não está na hora de receber benefícios? O Congresso não aprova o que o governo quer? Soca “comunicação” em cima de tudo.

Chama o marqueteiro da campanha para resolver o problema. Entrega a articulação política do governo para Janja, que sabe mais que todo mundo em matéria de “imagem”. Joga a culpa “no Bolsonaro”. Enfim, qualquer coisa – menos admitir que o seu ministério, as suas prioridades e os seus desejos condenam o governo a estar sempre errado.

J. R. GUZZO é jornalista.