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MEIO AMBIENTE – EDSON FIALHO

27 de junho de 2025

Foto: Reprodução

Um dia para o combate à Desertificação

Desde o ano de 1994, o dia 17 de junho foi instituído pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), como o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. Esse dia de conscientização tem como meta alertar sobre a necessidade de tomada de ações urgentes para amenizar os impactos decorrentes desse processo, bem como estimular a recuperação de áreas degradadas e a sensibilização para o uso racional da água.

Segundo o Secretário-Geral da ONU, António Guterres: “… A segurança, a prosperidade e a saúde de bilhões de pessoas dependem de terras prósperas que sustentam vidas, meios de subsistência e ecossistemas. No entanto, vandalizamos a terra que nos sustenta. A cada segundo, cerca de quatro campos de futebol de áreas saudáveis são degradados…”.

Apesar dos esforços, parece que muitos governos não dão a atenção devida ao problema, tanto assim que o processo de desertificação vem se intensificando, principalmente, nas regiões semiáridas, em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

A desertificação é um processo de degradação da terra em áreas secas, ocasionando a redução da produção agrícola, na perda de biodiversidade, criando, por sua vez, dificuldades socioeconômicas para a população local e o aumento da escassez de alimentos e muitas vezes de água, pois a seca, caracterizada pela falta de chuvas, dificulta o abastecimento de água para o consumo humano, a irrigação, a manutenção dos ecossistemas e atinge o sistema de saúde e higiene, tornando a população mais vulnerável.

No Brasil, segundo a Embrapa, de um total de 982.563 km2 da área do semiárido nordestino, cerca de 600.000 km² já foram gravemente atingidos, englobando oito estados da região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. E na última década, o desmatamento da Caatinga atingiu uma área equivalente ao tamanho de Portugal. E conforme o estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre municípios e o convívio com a seca, verificou-se que 1.348 distribuídos entre os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, sofrem com secas severas nos últimos anos. O que revela a necessidade de planejamento das ações municipais baseadas na dinâmica territorial, visando atenuar o impacto da seca e tornar os municípios resilientes.

Mas, afinal? O que se deve fazer para combater a desertificação e a seca?

Para combater os efeitos da desertificação e da seca, é possível adotar uma série de medidas tanto individuais quanto coletivas. Como a) o uso eficiente da água, por meio do uso racional da água; b) Reflorestamento e plantio de árvores nativas, para combater a desertificação, pois elas mantêm o solo úmido, reduzem a erosão e aumentam a capacidade do solo de absorver e reter água; c) Agricultura sustentável, como práticas como a agrofloresta, rotação de culturas e d) Práticas de conservação do solo, como evitar o desmatamento e a monocultura extensiva. Técnicas de terraceamento, cobertura vegetal e plantio direto.

 

Prof. Dr. Edson Soares Fialho

Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Viçosa.

E-mail: fialho@ufv.br