Leitor

Lutas até o fim

9 de março de 2023

Para muitos depois dos quarenta anos não devemos começar nenhuma nova batalha. O natural é ser a época da colheita ou do arrependimento de não ter plantado nada. Contrariando esta filosofia acredito que fui premiado pela vida por ser persistente com meus objetivos. Comecei no primeiro passo com olhos no horizonte inatingíveis. A distância quilométrica entre o início da luta e seu coroamento com vitória me trouxe como patrimônio o destemido mundo da ousadia.

Jogar os sonhos dentro da energia solar é queimar a insegurança e fazer nascer a cada dia um novo fruto saudável. A entre safra dos sonhos não foram capazes de enterrar meus objetivos. Construir alimentos alternativos, e com alma saciável enquanto a sociedade estava faminta de utopias procurei a sobrevivência com excesso de determinação. Isto me fez suportar a carência de instrumentos fatais para percorrer a estrada real com êxito. Pois nasceu em mim a convicção de que caminhos errados nos levam ao aprimoramento existencial e estes aos acertos.

Começar um objetivo errado não quer dizer terminar errado. As surpresas da caminhada não devem ser uma armadilha e sim uma abertura para o acerto. Embutido em qualquer vitória está em primeiro lugar os sonhos e em segundo a convicção de que as utopias só devem ser disseminadas com suas realizações.Levei muitas porradas no boxe existencial.

Fui à lona, mas nunca perdi por nocaute, e as poucas derrotas foram por pontos. Isto se deve a robustez e a tenacidade de minha fabrica de utopia que se manteve firme mesmo nos momentos de pico de adversidades quase intransponíveis.
Muitas conquistas vêm de muitas falhas. Agir erradamente não enterra nossas vitórias, apenas prolonga. Na realização não existem milagres, mas sim as coisas bem feitas. E só aprendemos acertar se tivermos dispostos a consertas os equívocos.

O prêmio de levar nossas lutas até o final é resultado de quem acredita nelas. Se a medida em que avançamos os obstáculos aumenta é porque também nosso poder de manutenção de nossos sonhos se agiganta.
Hoje tenho velhos sonhos consolidados, mas estou disposto iniciar novas utopias. Se ganhei a vida porque minhas fantasias só foram destruídas com suas realizações, aprendi que no prenuncio de qualquer utopia existe um distanciamento intimidador com a realidade, mais ainda tenho fôlego de buscar horizontes inatingíveis, com a força de um leão e aproximar da abertura do prepotente sol que costuma disseminar nossos sonhos frágeis.

Juarez Alvarenga – Coqueiral/MG E-mail: juarezalvarengacru@gmail.com

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