Dia a dia

Encontro de Casais

25 de abril de 2024

PATRÍCIA PEREIRA

O último final de semana foi diferente.

É que meu marido e eu conseguimos ficar a sós. Nossa casa é movimentada e os momentos a dois são raros.

Por isso, foi um privilégio participarmos do X Encontro de Casais da Igreja Presbiteriana Central de Passos no Hotel Balneário do Lago em Capitólio.

Rolou uma ansiedade. Afinal, ficaríamos dois dias inteiros sem as demandas cotidianas e sem rota de fuga.

Apenas ele, eu e nossas escolhas. A nossa opção foi aproveitar ao máximo do encontro. Afinal, como aprendemos ali: “não existe casamento tão ruim que não possa ser consertado e nem tão bom que não possa ser melhorado”.

O tema do retiro: “Nossa casa: Morada de Deus”. As palestras contemplaram as dificuldades comuns aos casamentos, como por exemplo, expectativas irreais sobre relacionamentos, deslealdades conjugais e ojeriza às diferenças individuais; as estratégias para vencermos os desafios diários por meio da maturidade, do perdão e da celebração das pequenas coisas cotidianas e a busca para que Deus habite em nossa casa, começando por nossa vida.

Cada tema marcou meu coração. Mas já que meu território são textos curtos, nessa crônica, pontuarei os assuntos mais significativos para nosso casamento.

Logo no início do encontro, meus resquícios românticos foram nocauteados. Culpa dos contos de fada que nunca me mostraram o que viria depois da frase: “E viveram felizes para sempre”. Nunca me contaram os reais desfechos das histórias de amor.

Quem não lida com real, fica com o ideal. Por isso, elaborei no plano das ideias a ilusão de um casamento perfeito. Que em apertada síntese, seria um vínculo no qual os desejos do meu coração e minhas necessidades egocêntricas deveriam ser satisfeitas pelo meu parceiro. Que homem perfeito!

O homem perfeito não existe, a mulher perfeita é história da carochinha e amores perfeitos acontecem só na cena final das comédias românticas.

Na real, o que a vida conjugal nos exige é desapego das expectativas criadas e maturidade. Maturidade para compreendermos que as diferenças entre o casal são a oportunidade para nos tornarmos quem Deus nos chamou para ser.

E nessa jornada de maturidade, somos intimados a celebrar sempre. Não posso dizer que “celebrar a vida” foi um aprendizado deste encontro. Há algum tempo levo isso a sério. Gosto de rituais e comemoro cada mínima conquista familiar com discurso, oração, crônica, pizza , bolo de chocolate e um estardalhaço no céu.

Há quem acredite que enfeitar a sala de visitas com o salmo 91 faça da casa morada dEle. Será o suficiente?

A morada do Senhor não é feita por mãos humanas, não possui tijolos, laje e flores no jardim. Sua grandiosidade não é contida por edificações inanimadas. Deus precisa de um templo vivo capaz de reverberar Seu amor e Sua graça na nossa casa e para o mundo.

“Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei e cearei com ele, e ele comigo”-(AP 3:20).

Obrigada ao Pastor Artur e Cris por abastecerem nossos tanques com as coisas do alto e por me fazerem tão orgulhosa de ser mineira. Obrigada aos Pastores Leonildo, Moisés e Rômulo por serem nossos para-raios contumazes. Obrigada ao Ministério Renovar por tanto cuidado conosco, por meio de suas ações experimentamos o amor de Deus em nossas vidas. E no final de tudo, é isso o que importa.

PATRÍCIA LOPES PEREIRA SANTOS, graduada em odontologia (PUCMG) e direito (Fadipa), mestre em Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional (Unifacef- Franca) e Especialista em Direito Público (Faculdade Newton de Paiva), é servidora pública do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. E-mail: acitripa70@ gmail.com