Agronegócio Destaques

Com APL dos cafés oficializado, setor ganha estudo sobre vocação de território

6 de outubro de 2023

Evento apresentou dados que confirmam o impacto da cafeicultura na região, e indicou propostas de desenvolvimento para produtores rurais./ Foto: F5-Fotografia.

MUZAMBINHO – O Sebrae Minas e o Grupo Líder Montanhas do Sudoeste apresentaram, na quarta-feira, 4, em Muzambinho, um estudo de vocação do território Sudoeste que contempla 14 municípios, e tem foco no agronegócio, em especial a cafeicultura, principal atividade econômica da região.

No evento, também foi oficializado pelo Governo de Minas o reconhecimento dos cafés da Região do Sudoeste de Minas como um Arranjo Produtivo Local (APL), composto por 21 municípios que têm o café como produto de impacto na economia local e que, juntos, produzem anualmente 2,6 milhões de sacas de café de 60 quilos, em 178.530 mil hectares de área plantada e 11.818 propriedades rurais.

O encontro foi realizado no campus regional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas) e contou com a presença de lideranças do agronegócio e do poder público, como prefeitos, secretários de Desenvolvimento, Turismo e Agricultura, cooperativas, universidades, associações e produtores rurais.

Dados e oportunidades de desenvolvimento de negócios estão no estudo, que aborda temas como: sustentabilidade, sucessão familiar e fortalecimento da rede de mulheres produtoras. Este diagnóstico teve início em 2022, a partir da demanda por dados concretos sobre a real situação do setor cafeeiro na região.

A especialista em estratégia, comunicação e sustentabilidade, Cláudia Leite, conduziu a apresentação e disse que a região, composta pelos municípios de Arceburgo, Bom Jesus da Penha, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Jacuí, Juruaia, Monte Santo de Minas, Muzambinho, Nova Resende, São Pedro da União, São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino e Cabo Verde, tem características essenciais que podem ser exploradas em prol do desenvolvimento econômico e sustentável.

A ação é uma iniciativa do Sebrae Minas e do Grupo Líder Montanhas do Sudoeste e conta com apoio do IF Sul de Minas, Associação dos Municípios da Baixa Mogiana (Amog), Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, APL, Circuito Turístico Montanhas Cafeeiras de Minas e Governo de Minas.

Resultados do estudo

Ações com foco no avanço do território, sem perder o princípio de preservação da identidade, foram destacadas no estudo. Entre as propostas estão garantir que as novas gerações estejam envolvidas nos negócios, com foco na sucessão familiar; fortalecer a rede de mulheres produtoras, não somente da cafeicultura, a fim de potencializar outras iniciativas na região; preservar a área de bacias hidrográficas que permeiam o território e que impactam no campo e nas cidades; fortalecer a construção de uma rede de jovens empreendedores, investindo em capacitação, gestão, desenvolvimento do empreendedorismo, inovação e tecnologia e incentivar novas culturas.

Em relação ao café, os 14 municípios são produtores e o setor responde, em média, por 30% do PIB municipal. A região tem uma participação relativa na produção cafeeira do estado e nacional, de 26% e 13%, respectivamente. O café do Sudoeste é visto como artesanal, com produção predominantemente familiar, tem sabor adocicado e aroma marcante.

Quanto às oportunidades para a região, foram citados o potencial de novos mercados, a melhoria contínua dos processos, a necessidade de fortalecimento da governança regional, assim como a ampliação dos canais de comercialização, incluindo os internacionais, entre outros.

A abertura para outras culturas como morango, uva, figo, lúpulo, entre outros, também foi apontada como uma oportunidade para a região. O estudo revelou ainda a demanda por mão de obra qualificada, principalmente com ensino superior, e a necessidade de promover ações de modernização, competitividade e diferenciação.

Sobre o diagnóstico, a gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae Minas, Priscilla Lins, comenta que “ele será um balizador para deixarmos a posição de espectador e nos tornarmos atores no processo. As lideranças do Agro, por exemplo, precisam agir a partir do que foi apresentado. Elaborar um plano de ação consciente de que é preciso evoluir. E foi perceptível a disposição para agir com rapidez”, comenta.

Além dos resultados do estudo, os participantes conheceram mais sobre o programa Restaurar – iniciativa que contribui para a preservação das bacias hidrográficas no estado. Foram apresentadas as etapas de implementação do programa que, entre diversas ações, promove um estudo para mensurar a disponibilidade hídrica das bacias para irrigação das lavouras.

Encontro em Muzambinho para acompanhar o lançamento da marca de origem Sudoeste de Minas./ Foto:
F5-Fotografia.