S. S. PARAÍSO – Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Paraíso, Vitória e Girassol, de São Sebastião do Paraíso, realizam no próximo dia 25, a partir das 8h, o II “Encontro da Rede de Atenção Primária Psicossocial” (RAPS) de São Sebastião do Paraíso, que vai tratar da ‘Atenção psicossocial, Interseccionalidade e Decolonialidade: o SUS e a Integralidade do Cuidado’. O evento deve acontecer no Teatro Municipal Sebastião Furlan.
Segundo a prefeitura, o evento tem como objetivo comemorar a ‘Luta Antimanicomial’, que é um movimento nacional comemorado no próximo dia 18 de Maio, que se caracteriza na luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental.
Conforme destaca a coordenadora do Caps Girassol, Daiane Arantes, dentro desta luta está o combate a ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, baseado apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. Segundo ela, o ‘Movimento da Luta Antimanicomial’ faz lembrar que todo cidadão têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito em receber cuidado e tratamento sem perder sua identidade como cidadão.
“O Movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da década de 70, em pleno processo de redemocratização do país. Em 1987 teve dois marcos importantes para a escolha do dia que simboliza essa luta, com o ‘Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental’, em Bauru (SP), e a ‘I Conferência Nacional de Saúde Mental’, em Brasília”, ressaltou a coordenadora.
Para a profissional, com o lema “por uma sociedade sem manicômios”, diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações políticas e outros segmentos da sociedade questionam o modelo clássico de assistência centrado em internações em hospitais psiquiátricos, denunciam as graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentais e propõe a reorganização do modelo de atenção em saúde mental no Brasil, a partir de serviços abertos, comunitários e territorializados, buscando a garantia da cidadania de usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da sociedade.
Segundo Daiane, o evento será destinado a profissionais da saúde, da educação, usuários, familiares e interessados no tema e, ao longo do dia contará com palestras das mais diferentes áreas de atuação e com assuntos diversificados, que vão desde políticas de saúde mental a lógica medicalizante para o tratamento das pessoas com algum tipo de perturbação mental.