Opinião

“O Ano Quadrado Perfeito: O Futuro em Jogo”

8 de janeiro de 2025

Foto: Reprodução

Gilberto Almeida

“Cada geração tem a responsabilidade de enfrentar as crises de sua época.

Não podemos esperar que o futuro faça o trabalho por nós.”
Nelson Mandela

2025 = 45², um “ano quadrado perfeito”, tem uma representação única e curiosa. Ele surge do quadrado da soma de todos os algarismos do sistema de numeração decimal: (0 + 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)² = 2025. Além disso, também é o resultado da soma dos cubos desses mesmos algarismos: (0³ + 1³ + 2³ + 3³ + 4³ + 5³ + 6³ + 7³ + 8³ + 9³) = 2025. O último “ano quadrado perfeito” aconteceu em 1936, e após 2025, só em 2116 teremos outro. Ao refletir sobre 1936, recordamos um dos momentos mais sombrios da nossa história, quando o presidente Getúlio Vargas estendeu o estado de sítio e ampliou a repressão, prendendo parlamentares e centralizando o poder.

Agora, ao entrarmos no quadrado perfeito de 2025, em meio a um cenário político desolador, é preciso buscar um raio de otimismo. A ditadura de Vargas teve fim, a violência de sua era foi severamente condenada pelos brasileiros, e a memória desse período, com suas atrocidades, não pode ser esquecida. No contexto atual, é vital que não apenas tenhamos esperança de que todos os desenganos atuais vão passar, mas que também nos posicionemos de forma firme e republicana, condenando tudo o que o mundo inteiro reprova em nosso país. Infelizmente, a grande mídia, aparelhada e comprada, se cala diante dos retrocessos que estamos vivendo. O mundo assiste, perplexo, ao surgimento de uma nova moldura de autoritarismo. No entanto, graças à globalização da informação, as redes sociais têm possibilitado que as pessoas percebam o que está sendo tramado nos bastidores do poder. Por isso  a preocupação do atual governo, com sua liderança centralizada em Luiz Inácio Lula da Silva e seu círculo, em controlar as redes sociais – algo que o presidente já conheceu com inveja nas ditaduras que tem bajulado. Os governos de esquerda têm essa característica: dominar  e escravizar as mentes e as pessoas, produzindo notícias e eventos que lhes interessam. Hoje mesmo o Presidente da República promove um histriônico evento de “comemoração” dos 2 anos de oito de janeiro, que mais parece ser um arremedo das práticas do velho caudilho Fidel Castro ou quem sabe de uma sanguinária e subdesenvolvida ditadura africana. Faltou na solenidade, a cantoria de usurpadores da Lei Rouanet, ou quem sabe a distribuição gratuita de pão com mortadela.

Enquanto o campo político se encontra em crise, nossa economia vive um momento ainda mais crítico. O governo, com seu gasto desenfreado, coloca à frente da economia um ministro que, após apenas 2 meses de estudos de economia e passar de ano colando, ainda tenta se manter à tona. Seus erros são tão evidentes que ele se tornou alvo de chacotas no mercado financeiro. Quando finalmente apresentou medidas, o pacote de austeridade foi insípido, inodoro, incolor  e ineficaz. A mistura de alhos com bugalhos serviu para embaralhar o tal pacote e de irritar o mercado, resultando em uma alta vertiginosa do dólar e queda brusca da bolsa de valores, indicando inflação e  recessão iminente.

Além disso, temos que conviver com a mediocridade de figuras como Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o ministro Paulo Pimenta, ambos militantes da extrema esquerda, que persistem em negar a realidade. A primeira tenta, sem vergonha, culpar o ex-presidente Bolsonaro pelos fracassos do governo petista, tendo  coragem de falar as maiores lorotas, sem ao menos ruborizar suas plastificadas faces, dentre elas a de contestar relatório de técnicos do Banco Central apontando rombo nas estatais no governo Lula: em sua Santa Ignorância disse que o BC usa “metodologia errada”. Outra afirmação lunática da extremista deputada, estuprando a mínima capacidade das pessoas de ver a realidade,  foi de que o governo petista nesses 2 anos apresentou “recordes positivos na economia e grandes realizações”. Já  Pimenta não se avexe de  tentar justificar o rombo fiscal gerado pelo PT como uma consequência da desoneração da folha que é uma medida tomada há anos atrás em governo que gerou superavit. Tais figuras e suas declarações ecoam como fantasmas de um passado que ainda se recusa a ser enterrado, enquanto continuam a arrastar o país para um abismo de ineficiência.

Porém, dentro desse cenário sombrio, dois indicadores econômicos têm sido comemorados pelo governo: a queda do desemprego e o crescimento do PIB. Mas como alertou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, esse crescimento temporário pode ser comparado ao momento em que se abre o chuveiro e a água quente demora a chegar. Ou seja, a política econômica do governo apenas causou um pequeno aquecimento da economia, sem sustentação, o que nos leva a um colapso iminente.

Portanto, embora eu saiba que o conceito de “ano-quadrado-perfeito” é, no fundo, apenas uma curiosidade numérica, desejo que 2025, de alguma forma, sirva como um divisor de águas para o Brasil. Que este ano desperte o país para a realidade e nos leve a um despertar coletivo antes que seja tarde demais. O momento exige coragem e ação: se não tomarmos as rédeas agora, estaremos à beira de uma crise sem precedentes, que pode levar nossa sociedade a um ponto de ruptura irreversível e uma inédita convulsão social…

Despertar para a realidade, talvez ainda oculta para muitos nos mostrará os descaminhos na construção do futuro, cuja mudança depende da conscientização de todos e evidentemente começa no município, mas isso é tema para outra coluna, se os pedidos incessantes contra minha continuidade não forem atendidos. A ter que continuar, assim como foi nos 30 anos que ocupo este espaço, certamente será com plena liberdade de expressão mantendo o “viés plural” deste jornal.