6 de junho de 2024
Apesar da passarela, Câmara quer acesso de veículos entre bairros na MGC-491 em Paraíso / Foto: Divulgação
S. S. PARAÍSO – Os vereadores de São Sebastião do Paraíso encaminharam um ofício à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra) para questionar algumas indagações e reivindicações do Legislativo em relação a construção de uma travessia de acesso de veículos entre os bairros em um trecho que é cortado pela rodovia MGC-491.
Segundo a Câmara, a Seinfra enviou a resposta informando que a realização de estudos para uma eventual obra no local não consta no cronograma do contrato celebrado entre o Governo de Minas e a Concessionária Nascentes das Gerais, responsável pela administração da rodovia.
Segundo ainda a resposta da Seinfra, o trecho encontra em fase de revisão e análise e somente poderá ser avaliado posteriormente. O documento foi assinado por Carolina Rocha Vespúcio, chefe de Gabinete da pasta. A resposta do órgão não teria agradado os vereadores.
De acordo com a Câmara, as lideranças locais têm reivindicado a construção de melhorias no trecho que compreende o entroncamento da MG-050, com a MGC-491. Com a construção do trevo, que faz a interseção entre as duas rodovias, foram desativados os acessos para os bairros Cidade Industrial, Alto Paraíso e Vilage Paraíso.
Conforme a Câmara, a princípio cogitou-se a duplicação da via até as imediações do Terminal Rodoviário Ângelo Scavazza, situação que se concretizada impediria em definitivo o cruzamento entre as faixas de rolamento nos dois sentidos do trânsito.
Os vereadores alegam que desde que a obra foi iniciada em 2021 aumentaram as reivindicações dos moradores para a construção de travessia e interligação dos bairros. Uma das hipóteses mencionadas seria uma passagem elevada no prolongamento da Avenida Central, no Jardim Planalto, ligando ao Alto Bela Vista. Também foi cogitada a edificação de uma passagem inferior na região do bairro San Genaro que desse acesso ao outro lado da via, que poderia ser uma alternativa aos motoristas.
No entanto, segundo o vereador Luiz de Paula, nenhuma das propostas constam entre o Governo e a Concessionária no cronograma de obras da Parceria Pública Privada (PPP). “Não é por falta de reivindicação. Antes mesmo de me tornar vereador isso há quase 8 a 10 anos que tenho feito este pleito e não somos atendidos. Enquanto isso as pessoas precisam dar a volta de seis quilômetros para encontrar um acesso aos bairros onde moram, trabalham ou estudam, porque ali tem residências, tem comércio, tem faculdade e agora uma creche e o movimento é intenso”, disse.
Ele se diz indignado com a situação pois já recorreu via ofício a vários órgãos desde o Governo de Minas, DER, concessionária e secretarias, ainda não teria sido atendido. “O trevo que fizeram ali e ficou uma porcaria, também não constava no cronograma inicial e incluíram para fazer algo que ficou pior do que era antes”, protestou.
Para o vereador Bijuliano Carlos Reis, as respostas recebidas pela Câmara é uma verdadeira hipocrisia. “Nem o prefeito pode fazer nada, se não é notificado. Isso que estão fazendo é uma verdadeira falta de vergonha na cara, não tem mobilidade e ainda nos mandam um texto enorme para dizer que não vai fazer a obra. Eles passam como um rolo compressor sobre nós e não atendem os apelos do povo”, lamentou.
Resposta
“O trecho está incorporado ao contrato de concessão de 2007, celebrado entre o Governo e a concessionária, mas não contempla a construção da travessia. A realização da obra requer investimentos e demanda estudos com reflexos de sustentabilidade e de economia. Comunica ainda que novas análises serão retomadas posteriormente”, disse o ofício.
Ainda de acordo com a resposta, “a secretaria entende e reconhece o pleito que visa a melhoria do atendimento das necessidades da população e do município. A concessão visa a prestação de serviço de excelência e que as partes envolvidas no contrata estão comprometidas em aperfeiçoar a malha viária, bem como dialogar com a sociedade civil no sentido de identificar soluções”, acrescentou.