Luciene Garcia
DELFINÓPOLIS – A vereadora Ana Maria Trindade denunciou o presidente da Câmara de Delfinópolis, Sebastião Aparecido Alão, e um ex-contador do Legislativo ao Ministério Público (MP) por supostos atos de improbidade administrativa e prevaricação.
A denúncia foi encaminhada ao MP após uma crise que culminou na exoneração de uma ex-diretora e do ex-contador da Câmara por supostas irregularidades na contratação de uma empresa para serviços de contabilidade. A Folha procurou o presidente da Câmara para comentar o caso, mas não obteve retorno.
A ex-diretora Lidiane Requier alega que teria verificado transações bancárias feitas sem anuência, no período que estava de férias, e que teria levado o caso ao presidente da Câmara, Sebastião Aparecido Alão.
Segundo a ex-servidora, o então contador teria solicitado, no início do ano, a contratação da empresa, mas que o Legislativo já possuía em vigência outra contratação da mesma natureza. A ex-diretora foi demitida no dia 30 de março e, no dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência denunciando o caso.
Durante a sessão da Câmara realizada nesta quarta-feira, 26, a vereadora Ana afirmou que foi pessoalmente ao MP, acompanhada da parlamentar Jaqueline Aparecida Silva. No decorrer da sessão, a vereadora Jaqueline questionou atos do presidente e o vereador Fransérgio Pimenta reagiu, abandonando a sessão.
A vereadora Luciana Matias mencionou que protocolaram memorando ao procurador da Casa, Jeziel Francisco Ferreira, solicitando informações sobre os procedimentos internos para averiguação dos fatos.
Segundo relato da ex-diretora da Câmara, ela afirma que, ao retornar ao trabalho, verificou que foram feitas transações bancárias sem a sua anuência, sendo dois pagamentos à empresa Kleber Antonio do Nascimento.
Ela afirma que teria levado o caso ao presidente da Câmara, mas que ele teria dito que ela estava querendo “criar caso com coisa à toa “.
No boletim de ocorrência, a ex-servidora relata que, no dia 27 de janeiro deste ano, depois que teriam sido realizados os pagamentos, o ex-contador teria ido até a casa dela, junto com uma servidora, e teria solicitado o aparelho celular da Câmara. Ela também relata que ele teria alegado que necessitava imprimir os comprovantes dos pagamentos.
Segundo ela, no dia 9 de fevereiro, após retornar de férias, foi conferir o extrato bancário da Câmara e viu que foram efetuados dois pagamentos no valor de R$1.760,00 cada, um no dia 27 de janeiro e outro no dia 6 de fevereiro para a empresa Kleber Antônio do Nascimento, e que seria referente ao sistema que o presidente não deixou contratar no começo do ano. No dia 16 de fevereiro a empresa que teria recebido os dois pagamentos teria depositado a quantia na conta da Câmara Municipal.