PASSOS – O vereador Francisco Sena, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, afirma que Passos não cumpre, na integralidade, o protocolo firmado com a Superintendência Regional de Saúde (SRS-Passos).
Em discurso na tribuna do Legislativo nesta segunda-feira, 13, Sena disse que o município não adotou as armadilhas para monitoramento do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zyka e chicungunya. “Muitos municípios usam as ovitrampas com muito sucesso e consta no protocolo”, disse. O secretário de Saúde, Thiago Agnelo Sallum, disse que estuda o protocolo.
Segundo informações da Fiocruz, as chamadas “ovitrampas” são pequenos baldes com palhetas de eucatex, água e larvicida biológico (Bacillus thuringiensis israelensis), onde as fêmeas dos insetos depositam os ovos. Essas palhetas são incineradas e substituídas por novas a cada dois meses e ajudam na eliminação dos ovos.
O instrumento mostra a presença do mosquito, principalmente onde estão as fêmeas, já que é um acompanhamento feito pela quantidade de ovos.
A partir disso, a equipe do Centro do Controle de Zoonoses começa a realizar a coleta do material semanalmente para a contagem dos ovos, definindo assim a população do mosquito num raio de nove quarteirões.
Segundo Sena, a experiência deu certo em muitas cidades, como Campinas (SP), Uberlândia (MG), Fortaleza (CE), Piumhi e Cássia. “Está comprovado que é eficaz no combate à dengue, é só pôr em prática, temos que usar todas as ferramentas disponíveis no combate a dengue”, disse.
Adesão
Consultada, a Prefeitura de Passos informou que vai aderir ao sistema de ovitrampas. A decisão foi tomada em 19 de janeiro, e de acordo com o secretário de Saúde, Thiago Agnelo Salum, e o diretor de Saúde Coletiva, Bruno Teixeira Guimarães, a vantagem é conseguir monitorar a população dos Aedes aegypti. A secretaria aguarda a implantação por parte da referência da Regional.
“Este controle funciona por meio de várias estratégias específicas com coleta de ovos antes da eclosão. Conseguimos controlar um número significativo desta população e já fazer a identificação do vírus circulante no município”, explicou Guimarães.
Questionado sobre a proposta da Superintendência Regional de Saúde ao município, o diretor de Saúde Coletiva afirma que a adesão não foi feita de imediato por falta de mão de obra para executar o trabalho. “Foi feito um realinhamento dentro da Secretaria de Saúde, pois, terá que ter uma demanda grande de servidores”, disse.