18 de novembro de 2023
Foto: Divulgação.
Débora Meira
PASSOS – A procura por ventiladores, climatizadores e aparelhos de ar-condicionado disparou com a última onda de calor e as vendas atingiram 300 unidades em uma semana em estabelecimentos comerciais de Passos.
No país, grandes redes varejistas registraram vendas de até 6 mil ventiladores na última segunda-feira, o que equivale a seis vezes o movimento de um dia considerado normal. Neste ano, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) prevê alta de 38% na comercialização de ar-condicionado, chegando a 4 milhões de unidades.
O vendedor Otávio Bueno, que trabalha em uma loja em Passos, afirma que, na última semana, as vendas chegaram a 300 unidades de refrigeradores de ar. “A procura nesse mês foi a maior do ano, o pessoal tem buscado muito ventilador, climatizador e ar-condicionado, mas varia de acordo com as condições do cliente”, disse.
Segundo ele, a procura teve alta de 100% e o estoque tem que ser reposto quase que diariamente. “Do mês passado até hoje, a procura dobrou e o estoque acabou facilmente, mas nós tentamos repor, no máximo, de um dia para o outro, a carreta chega aqui cheia de mercadoria para nossos clientes não ficarem sem”, afirma.
De acordo com Jéssica Aparecida Grizostomo de Souza, coordenadora administrativa em uma loja de eletrodomésticos em Passos, algumas fábricas anunciaram que o estoque de produtos acabou devido a problemas na logística por conta da crise hídrica que afeta a região de Manaus (AM) e da Zona Franca.
“Por causa da crise hídrica, não estão conseguindo escoar os ares-condicionados, já estão começando a faltar em alguns depósitos de ventilador também, nos sites tem de 220 w, mas 110 w não têm mais”, diz.
Para a secretária Marília Silva, a compra do ar-condicionado foi um investimento. “Antes eu tinha um ventilador e um climatizador, mas, com certeza, não eram tão eficientes nesse calor”, afirma. Segundo ela, mesmo tendo custado mais caro por conta do aumento na procura, valeu a pena. “Por ter comprado o aparelho nessa época de onda de calor, o valor aumentou muito, antes o mesmo equipamento que comprei estava no mínimo R$500 mais barato”, aponta.
O historiador Pedro Paulo Abreu Barborana afirma que após comprar um ventilador, constatou aumento na conta de energia elétrica. “Notei uma alta de cerca de R$50, mas, como antes na minha casa nós não tínhamos o aparelho, ficávamos com janelas e portas abertas, foi uma necessidade adquirir”, afirma.
A Abrava prevê que o Brasil venda 700 mil aparelhos de ar-condicionado a mais do que em 2022, com expectativas de vendas ultrapassando quatro milhões de unidades residenciais. Este número se aproxima do recorde de 2014, quando foram vendidos 4,3 milhões de aparelhos. Dados do IBGE mostram que nos últimos meses o preço no varejo subiu quase 10%. Só em outubro a alta de preços chegou a 6,09%, o segundo maior aumento entre os itens não alimentícios medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).