13 de agosto de 2025
Foto: Divulgação/Nereu Jr.
Por que a Serra da Canastra precisa de uma rodovia moderna?
A região do Parque Nacional da Canastra tem uma importância enorme para o Brasil. Há mais de 65 anos, ela ajuda a gerar energia elétrica para o país. No entanto, sua infraestrutura de transporte não acompanha essa relevância. As estradas precárias que conectam os municípios do Parque Nacional da Serra da Canastra são e continuam sendo problemáticas, e uma simples reformas, como foi anunciada pelo Ministério de Minas e Energia, com recursos financeiros da privatização de FURNAS CHESF, empresas do grupo ELETROBRÁS não será a melhor e nem a solução suficiente para resolver isto. Nossas cidades localizadas no Parque Nacional da Canastra, precisam de uma rodovia, que atenda bem as atividades de turismo e também aos seus moradores. Os habitantes desta região têm necessidades próprias de, se deslocarem, se comunicarem e terem acesso fácil, por exemplo, para serem atendidos no maior hospital SUS da região, a Santa Casa de Passos, onde está disponível o tratamento de câncer, no HCR. O que os nossos municípios precisam e exigem, é muito pouco. É a construção de uma RODOVIA moderna e segura, feita com o que há de mais avançado em engenharia. Em vez de meras reformas nas estradas, de terra batida que conectam os municípios do Parque Nacional da Serra da Canastra, em nossa região – precisamos de um projeto à sua altura, com a construção de uma nova rodovia moderna e segura, toda asfaltada, com obras de arte, guard-rail, sinalização de piso, placas de sinalização e outros mimos, com o que há de mais avançado em engenharia e na literatura especializada.
Onde buscar inspiração e os recursos para construir uma rodovia de qualidade?
Existem exemplos de sucesso, que mostram que é possível construir infraestrutura de alta qualidade, mesmo em terrenos difíceis e desafiadores. A rodovia que liga a Dutra, no Rio de Janeiro e em São Paulo, ao Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira, é a prova disso. Temos também a rica região da serra gaúcha e as descidas de São Paulo para acessar as praias do seu litoral rica. A região do Parque Nacional da Canastra merece um projeto tão bom quanto ou até melhor que esses! Além disso, os recursos financeiros para esta obra, não se apresenta mais como problema, pois já estão previstos em Lei. A Lei de Desestatização da Eletrobrás – que incluiu a venda de FURNAS e CHESF – destinou um total de R$ 2,3 bilhões e 3,5 bilhões para a revitalização das bacias do Rio Grande e do Rio São Francisco, respectivamente. A região da Canastra, sendo parte dessas bacias, pode e deve ser contemplada com esses recursos.
Está em jogo o futuro de nossa região
O projeto e a construção de uma nova e moderna rodovia, será um marco para o progresso da Serra da Canastra e todo o seu entorno. Temos, por exemplo, que incluir neste projeto, o asfaltamento da BR-146, conectando São João Batista do Glória até Delfinópolis e, de lá até Sacramento. Temos o dinheiro e a tecnologia necessários. O que falta, de fato, é a vontade política, para que isto aconteça. Por isto mesmo, vamos lutar por um projeto de infraestrutura robusto. Não podemos aceitar melhorias superficiais e paliativas, enquanto a Eletrobrás e o Ministério de Minas e Energia desviam a atenção para projetos de menor prioridade em outras regiões. Afinal, os recursos financeiros não representam mais dificuldade. Nossas cidades e nossa gente merecem mais do que uma simples reforma de estrada. Isto parece como uma engabelação, uma enganação, migalhas para nossa gente e para os nossos municípios. Merecemos rodovias de verdade, construídas com as melhores técnicas de construção para termos aqui uma obra moderna. Não vamos permitir que nos enganem, mais uma vez, com proposta como essa, de reformar e manter a atual estrada de terra batida. Isso não atende às nossas necessidades, de uma região tão vital para o Brasil. A hora é esta! É hora de exigirmos o progresso e o desenvolvimento que a região do Parque Nacional da Canastra tanto precisa e merece. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. E a hora, gente, é agora!
Ataíde Vilela, engenheiro civil, foi prefeito de Passos nas gestões 2005/2008 e 2013 a 2016