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Tumulto em assembleia da Casmil vira caso de polícia

19 de abril de 2024

Procedimento investigatório foi instaurado pelo delegado Felipe Capute / Foto: Reprodução

PASSOS – A Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada pela Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil) no dia 24 de março deste ano acabou virando caso de polícia.

Um procedimento investigatório foi instaurado pelo delegado Felipe Capute, e encaminhado ao Juizado Especial Criminal com os nomes de oito pessoas que teriam provocado atos de violência durante o evento e não constavam na lista atualizada dos cooperados.

No início deste mês, o presidente do Conselho Administrativo da Casmil, Renato de Oliveira Medeiros, procurou a delegacia da Polícia Civil e registrou uma denúncia, onde narrou supostos tumulto, indignação, bate-boca e revolta de presentes na assembleia.

De acordo com o delegado, a Polícia Civil foi formalmente cientificada pela gestão da empresa sobre a invasão de supostos cooperados na AGO, os quais não teriam autorização estatutária para participarem.

Recentemente foi instaurado um procedimento em razão de supostocrime de invasão de domicílio profissional por oito pessoas, tão logo a polícia obteve acesso às imagens do monitoramento de segurança e tomou as declarações do diretor-presidente.

O procedimento foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal, Luiz Carlos Cardoso Negrão, com pedido do delegado para que seja imposta medida cautelar de restrição dos envolvidos às dependências administrativas da Casmil, já que a invasão teria ocorrido mediante violência.

“O propósito perpassa pela manutenção da estabilidade societária, de maneira que ações violentas dessa mesma natureza não provoquem reações em série e rompam com a ordem pública. Os questionamentos são evidentemente legítimos, no entanto, devem ser apresentados na forma legal, o abuso e a violência não são formas de exercício regular do direito de manifestação e expressão. Assim, foi representada à justiça, uma ordem de restrição, como medida cautelar, para que os envolvidos não possam se aproximar dos locais de gestão”, afirma Capute.

Situação

O presidente da cooperativa, Renato Medeiros, afirmou que “Por enquanto a gente não vai falar sobre o assunto. Deixa prosseguir um pouco mais. Tem muita coisa para acontecer. O melhor é aguardar”, resumiu. “Isso aí é a Polícia Civil. Não sei do andamento deste procedimento. A Casmil fez só o registro do fato”, respondeu a assessora jurídica, Gabriela Amorim.

Oposição

A professora Cecília Freitas, uma das candidatas ao cargo de titular do Conselho Fiscal, mas que não houve eleição por causa do clima tenso durante a AGO do dia 24 de março, afirmou que os cooperados oposicionistas não vão desanimar. “Jamais. Estamos coletando 450 assinaturas para termos o direito através do estatuto da Casmil, de participarmos da próxima assembleia, mas extraordinária, e pelo voto dos presentes, destituir os atuais conselhos Administrativo e Fiscal”, revelou.

Cecília contou ainda que dia 22 de abril, às 10h, haverá uma reunião entre as oito pessoas citadas na ação da Polícia Civil, cujos nomes foram mantidos em sigilo pela PC, para tomar conhecimento do teor do documento elaborado pelo delegado Capute. O advogado que vai defender o grupo das acusações de Renato também estará presente no encontro.