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Temendo extinção da Uemg, docentes e servidores participam de paralisação hoje

28 de maio de 2025

Manifestação na universidade é organizada pela Associação dos Docentes da Uemg (Aduemg) / Foto: Reprodução

PASSOS – Acontece nesta quarta-feira, 28, uma paralisação geral entre os professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) em protesto contra a proposta de entrega da instituição à União por parte do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Tratada como federalização pelo governo do Estado, docentes e servidores da Uemg enxergam a medida como a possível extinção da universidade.

Nesta tarde, às 14h, acontece uma assembleia geral dos docentes da Uemg no espaço democrático da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A categoria reivindica o arquivamento dos PL 3.733 e 3.738 de 2025, que autorizam a transferência de bens imóveis do estado e de todo o patrimônio da Uemg para a União.

Em resposta à matéria publicada nesta Folha em 23 de maio, sobre a paralisação que ocorre hoje, o diretor da unidade Passos, professor Hipólito Paulino Neto, afirma que seria um sonho a Uemg se tornar federal, por conta do aumento de recursos que a instituição receberia, contudo, não foi encontrado sequer um processo de federalização de universidades estaduais após a Constituição Federal de 1988.

“Portanto, os atuais professores efetivos [concursados] da Uemg se tornarem efetivos a nível federal, atualmente, não tem amparo legal, não há lei que permita essa mudança de estadual pra federal sem que seja considerada inconstitucional [ilegal]”, explica o diretor.

Segundo Hipólito, para que a federalização ocorra, seria necessária a criação de uma PEC para que os professores e servidores concursados da Uemg passassem de efetivos estaduais para efetivos federais, o que, para ele, dificilmente acontecerá

“Este é o principal problema e a preocupação generalizada de todos os professores, servidores e estudantes da Uemg. Estudantes que hoje estudam gratuitamente em cursos de qualidade em 18 cidades do Estado de Minas ficarão sem onde estudar se a Uemg fechar por não ter mais imóveis para funcionar. Portanto, sendo realistas, não é federalização e sim a extinção da Uemg”, afirma.

Em Passos, partiu ontem, do bloco principal da unidade, um ônibus cedido pela Associação dos Docentes da Uemg (Aduemg) com destino à Belo Horizonte, para que professores, estudantes e servidores participassem da assembleia. No início desta semana, o Conselho Departamental (Condep) do campus passense publicou um manifesto contra a federalização da universidade.

De acordo com o vice-diretor da Uemg Passos, Vinícius D’Ávila, grande parte dos professores da unidade aderiram à paralisação.