Carlos Renato
PASSOS – O valor cobrado pelas corridas de mototáxi aumentou R$ 1 em Passos. O preço do serviço depende do horário e dos dias de atendimento. O reajuste começou nesta segunda-feira, 12, e as empresas alegam que a medida foi necessária devido aos aumentos nos custos de insumos e combustíveis e à expansão urbana.
Segundo uma empresa que gerencia o transporte no município, a nova tabela de valores leva em consideração o horário e o dia da semana da prestação do serviço.
De segunda-feira a sábado, das 6h às 19h, o valor passa de R$ 9 para R$ 10, aumento de 11,1%; das 19h01 às 5h59, o preço da corrida passa de R$ 10 para R$ 11 (10%). Já nos domingos e feriados, em qualquer horário, o valor passa de R$ 11 para R$ 12 (9%).
De acordo com a empresa, trata-se, portanto, de um reajuste linear de R$ 1 em cada faixa horária. A empresa ressalta que, apesar da previsão de ajustes anuais, o serviço de mototáxi em Passos ficou mais de três anos sem atualização nos valores.
“Contudo, o cenário atual é de forte pressão inflacionária, não apenas em combustíveis, mas em todos os custos operacionais e de vida da categoria. A demanda por reajuste vem sendo apresentada desde dezembro de 2024 por parte da classe dos mototaxistas. Embora, em regra, se observe o princípio da anualidade, situações excepcionais, como desequilíbrio econômico significativo, podem justificar reajustes fora dessa periodicidade”, aponta a empresa.
De acordo com a empresa, foram utilizados os índices inflacionários acumulados dos anos de 2023 e 2024, como critério de base para reposição. “O objetivo foi arredondar o valor final para múltiplos exatos de R$ 1, a fim de facilitar o troco. A prática de considerar dois anos consecutivos garante uma reposição realista da perda de poder aquisitivo da categoria, mantendo o reajuste na faixa de 9% a 11%”, destaca.
Para a mototaxista Aline Silva, de 29 anos, o reajuste é fundamental para a sobrevivência econômica da categoria. “A tarifa mínima da corrida não cobria nem o valor proporcional do combustível utilizado, o que é insustentável. A pressão inflacionária sobre os alimentos, aluguel, serviços básicos e manutenção dos veículos tornou a situação ainda mais crítica”, afirma.
“As peças da moto praticamente dobraram de preço. Um pneu que custava R$ 120, hoje custa cerca de R$ 250. O óleo lubrificante, que custava R$ 18, passou para R$ 35”, ressalta Aline.
A mototaxista aponta ainda que a expansão urbana da cidade ampliou significativamente o raio de deslocamento, aumentando o tempo e o custo de cada corrida. “O surgimento de inúmeros loteamentos e a ampliação dos bairros aumentou significativamente esses custos”, reforça.
“Entendemos que este reajuste é necessário e adequado, pois proporciona à categoria mínimas condições de dignidade, assegurando a continuidade de um serviço essencial para o deslocamento de pessoas e mercadorias dentro do município”, afirma a profissional, que está em atividade há mais de dois anos.
Segundo a Associação Regional dos Mototaxistas do Sudoeste Mineiro, atualmente, ao menos 400 mototaxistas estão em atividade na cidade, mas o contingente já foi superior a 600 profissionais. “Há, portanto, um déficit considerável, reflexo da falta de mão de obra qualificada e da própria desvalorização da profissão nos últimos anos”, destaca.
Passos tem cerca de 13 empresas de mototáxi em funcionamento. “Em anos anteriores, esse número chegou a 22 empresas ativas, o que evidencia uma redução significativa no setor, causada principalmente pela dificuldade de sustentabilidade econômica enfrentada pelas centrais”, aponta.
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