PASSOS – Com dois anos de atuação do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Café + Forte), do Sistema Faemg Senar no município de Passos, chegou o momento da análise dos números. Produtores, técnicos e equipe do Sindicato dos Produtores Rurais se reuniram na noite do dia 25 de novembro, no Parque de Exposições Adolpho Coelho Lemos, para a Reunião de Apresentação de Resultados. Além da evolução em produtividade, preço médio, lucratividade, a qualidade do café foi destaque com alguns produtores atingindo pontuação acima de 85 pontos.
O programa, que tem mais dois anos pela frente, conquistou os produtores que integram a primeira turma do ATeG no município e já provocou a demanda por novas turmas. A técnica, Amanda Morais, demonstrou em dados que os cuidados da lavoura considerados altos pelos produtores, na realidade são os menores índices e que os cuidados essenciais com adubação, análise de solo e foliar, seguidos à risca, alavancaram os índices de muitos produtores. O custo com a colheita foi o mais impactante, mas que será trabalhado na próxima safra. Com os índices apurados e o preço médio do café no mercado, os produtores registraram lucratividade média de 48% e o maior índice individual foi de 65%, com lucro de R$ 40.932,71 por hectare, o que refletiu no bem-estar das famílias.
Segundo Amanda, o programa visa a evolução técnica, gerencial e social do produtor. “É o que estamos observando nesses dois anos de atividade do grupo com a recuperação de lavouras, qualidade do café e boa comercialização, o que tem proporcionado a realização de novos investimentos na propriedade ou na realização de sonhos”.
A qualidade foi destaque nas amostras avaliadas e na pontuação conquistada entre os três melhores resultados do grupo, que concorreram no VIII Cupping de Cafés Especiais do ATeG Café + Forte. O produtor Antônio Rosa da Silva, classificado em terceiro lugar, pontuou 83,62 pontos. Alex Ribeiro de Morais ficou em segundo lugar com 84,31 pontos, ele que na Feira de Agronegócio do Sindicato Rural de Passos já comercializou o seu café no Empório Senar com muito sucesso. Em primeiro lugar com 85,31 pontos ficou o produtor Weberson Júnior Proença.
Para o supervisor do ATeG Café + Forte, Rodrigo Elias Batista Almeida Dias, o desenvolvimento do grupo de Passos é fantástico e tem a maior média produtiva, entre seus grupos supervisionados, no biênio 22\23 e 23\24 com 37,7 sacas por hectare. “Esse diferencial é resultado do profissionalismo da Amanda, que faz o produtor entender a forma correta de trabalhar e seguir as orientações técnicas, o que refletiu na evolução de lavouras, inclusive nas lavouras em recuperação”.
A produtora, Lucia Lopes de Lima, da fazenda Engenho Novo, que tem uma grande experiência na cafeicultura, começou a aprender o passo a passo com o seu pai, quando cultivar uma muda de café era uma verdadeira aventura. Aberta aos novos processos é ela que faz toda a contabilidade da lavoura, como já fez para o pai e os irmãos, agora com o ATeG de forma sistematizada para a sua família. Investindo no café Arara e com plantação há 1.100 metros de altitude ela segue feliz com os resultados do ATeG. “ Hoje tudo é mais fácil”.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos, Elder Maia dos Reis, a diversificação de culturas é a solução para a lucratividade do produtor e a cafeicultura é um segmento que segue em crescimento no município de Passos, com seis mil hectares de área plantada. “O produtor precisa de atualização, de mais tecnologia, de conhecer os processos de irrigação e o ATeG mostra todos esses processos e essa atualização impactou o resultado do grupo. O mercado está em busca de cafés especiais e diante da demanda a previsão é positiva para o próximo ano e nós, como entidade, apoiamos todas as ações em benefício do produtor”.