PASSOS – O Sindicato dos Empregados da Prefeitura de Passos (Sempre) deve fazer, nesta terça-feira, 29, uma paralisação de advertência. A categoria reivindica reajuste salarial de 15,83% e auxílio-alimentação de R$ 1 mil.
No dia 7 deste mês, a Câmara aprovou dois projetos enviados pela prefeitura, um de reajuste de 9,02% para os servidores municipais e outro, de 15,83%, para os trabalhadores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
De acordo com o Sempre, a arrecadação da prefeitura cresceu 78% nos últimos anos e o reajuste de 9,02% é insuficiente. “A categoria segue mobilizada para garantir um reajuste de 15,83%, além do cumprimento da promessa de um auxílio-alimentação de R$ 1 mil. Dados da própria prefeitura mostram que há margem para conceder esse reajuste sem comprometer o orçamento”, aponta o sindicato.
“Mesmo com o aumento proposto pelos servidores, os gastos com pessoal ficariam em 43,89% da Receita Corrente Líquida Ajustada de 2024 – bem abaixo do limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal (48,6%)”, afirma.
Ainda segundo a Sempre, entre 2021 e 2024, o reajuste dos servidores do Executivo foi de 47,01%; dos professores: 42,04% e dos agentes de saúde e endemias: 12,38%. O ganho real (acima da inflação) ficou assim: servidores do Executivo: +16,37%; professores: +12,26% e dos agentes de saúde e endemias: +1,63%
“Reivindicar direitos não é reclamar, é lutar por dignidade — e, mais do que nunca, reconhecemos que a paralisação é um instrumento legítimo, amparado pela Constituição Federal (art. 37, inciso VII)”, diz o sindicato.
Em entrevista à rádio Ind FM, o prefeito de Passos, Diego Oliveira, afirmou que a paralisação é covarde e ilegítima, e que a preocupação é com as mães e crianças que dependem da educação municipal.
“Eu penso nas mães que dependem das nossas escolas municipais. Com a paralisação, quem vai ficar com esses meninos? E o tanto de mães da cidade que precisam trabalhar, deixar o lar? Com quem vão deixar as crianças? Essa é a preocupação”, diz Diego.
“Hoje, eu não estou preocupado em descontar salário de servidor. Estou preocupado com as crianças que dependem da educação municipal. Imagina a criança no Cemei, que precisa trocar a fralda, que a mãe precisa sair para trabalhar e ganhar o pão de cada dia. É um capricho do sindicato, que quer paralisar e prejudicar as famílias de Passos”, afirma.
Diego diz que está espantando com a atitude do sindicato e que reconhece a importância de investir no salário dos professores, mas alega que a paralisação é ilegítima.
“Eu fiquei espantado com essa atitude do sindicato. Uma atitude que considero covarde diante do que nós fizemos para os servidores municipais. Eu sou professor e sei o quão importante é investir nos professores. Então, o sindicato, de forma covarde, está inflamando algumas pessoas para fazer uma paralisação. É totalmente ilegítimo isso. Nós pedimos a ata da assembleia do sindicato e documentos e não quiseram nos apresentar”, afirma.