BLOCO DE MODA – Wagner Penna
O crescimento dos marketplaces (vendas de terceiros) na moda pela internet foi positivo para ampliar mercados. Mas também fortaleceu a presença de marcas poderosas nos pontos mais longínquos do mundo, afetando o comércio físico dos pequenos polos de moda do interior. A maioria esmagadora dos produtores locais não pode competir com eles em termos de preço e agilidade na entrega.
Agora, esse fenômeno entra em uma nova fase, incluindo os pequenos produtores para vender ao consumidor final em suas plataformas. Um exemplo disso é a Shein, que mudou sua estratégia no Brasil e está buscando marcas dos polos produtivos para entrarem no seu mix de ofertas.
Em entrevista recente, o diretor da empresa no Brasil, Raul Jacob, disse que está ‘batendo perna’ pelo país em busca desses parceiros brasileiros, que já somam 10 mil marcas. Ele já esteve nos polos do Brás e Bom Retiro (em Sampa), em Blumenau (SC), Toritama (PE), Nova Friburgo (RJ) e Franca (SP), em busca de outros. A importância disso é imensa para ambos os lados. Basta dizer que os produtos desses parceiros já representam 50% das vendas no Brasil da poderosa plataforma chinesa, que tem sede oficial em Cingapura.
Como se vê, o mundo muda e moda roda.
VAIVÉM
Para quem está com viagem marcada para o sul do país, vale colocar na agenda a exposição que está no Museu do Olho, de Niemeye, em Curitiba. São trabalhos da designer portuguesa Joana Vasconcelos, mostrando parte de suas criações com tecidos, aviamentos e outros elementos. Um deles, as imensas esculturas (belíssimas) que fez para o desfile da Dior, em Paris, no início do ano. Fica até maio.
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A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) brilhou na campanha pela manutenção da desoneração da folha de pagamento do setor, sob risco de desaparecer diante de veto presidencial. Sempre atuante, o presidente da entidade, Fernando Pimentel, ocupou espaços na TV, jornais e internet para defender a desoneração, que permite manter empregos, crescer a indústria de confecções e tecidos. Merece aplausos!
PONTO FINAL
A discussão sobre as mulheres deixarem os cabelos brancos vem ocupando os debates sobre beleza na terceira idade. Na nossa cultura, a maioria prefere recorrer às tinturas para esconder os fios brancos. Mas o assunto é democrático e cada uma faz o que achar melhor. Sem imposições ou modismos. Na semana passada, a empresária Glória Kalil (autora da série de livros ‘Chic’) fez a festa das mulheres não adeptas dos cabelos brancos, dizendo que a turma que defende a cabeleira nevada não a representa. E jogou longe uma peruca de fios brancos. Um sucesso nas redes sociais.