BELO HORIZONTE – A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais prevê investir cerca de R$ 9 milhões na construção de uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas e um centro para hemodiálise em Piumhi.
Os investimentos foram anunciados na última quinta-feira, 4, pelo secretário Fábio Baccheretti durante a reabertura dos dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa do Piumhi, que tiveram o funcionamento suspenso pelo hospital durante nove meses, por motivos financeiros.
A cerimônia de reabertura dos leitos de UTI contou com a presença do prefeito de Piumhi, Paulo César Vaz, da superintendente regional de Saúde de Passos, Kátia Rita Gonçalves, e do provedor da Santa Casa, José Soares de Melo.
Em 17 de agosto de 2022, a diretoria da Santa Casa de Piumhi anunciou o fechamento temporário dos dez leitos de UTI por conta da situação financeira do hospital, que não teria recursos suficientes para manter todos os serviços. Com a interrupção das internações na UTI, o hospital poderia prestar os demais atendimentos, segundo justificou, naquela data, o diretor-executivo adjunto Wilson Goulart Estevão. Por causa desta interrupção, os pacientes passaram a ser transferidos para a Santa Casa de Passos.
A Santa Casa de Piumhi é contemplada com recursos da política hospitalar do Estado de Minas Gerais, pela qual foram repassados R$ 6,9 milhões nos últimos anos, sendo R$ 4,6 milhões pelo Valora Minas no ano passado.
A reabertura dos leitos de UTI foi possível depois que a Santa Casa de Piumhi foi contemplada no módulo Valor em Saúde da Política Hospitalar Valora Minas, com os dez leitos habilitados e qualificados na Rede de Urgência e Emergência (RUE).
Outra contribuição para a reativação da UTI foi a indicação de recursos oriundos de emendas parlamentares para o hospital para este ano, no total de R$ 1,2 milhão.
UPA 24 hs
Os investimentos anunciados por Fábio Baccheretti são para a construção de uma unidade de pronto atendimento 24 horas (UPA 24h), com recursos previstos de mais de R$ 5 milhões, e um centro para hemodiálise, de R$ 4 milhões, também recursos da SES-MG.
“São vários investimentos para reestruturar toda essa rede de urgência e emergência, criando uma expectativa muito positiva de que o hospital volte a operar muitas cirurgias de alta complexidade e tenhamos essa população com esse hospital de volta ao que era há tempos atrás”, ressaltou o secretário.
O diretor executivo-adjunto da Santa Casa de Piumhi, Wilson Estevão, disse que houve um planejamento, com processos de habilitação, destinação de recursos, programação para o pagamento de dívidas e valorização de programas do Estado, para que os leitos pudessem voltar a ser operados.
“(A reabertura) vai fazer uma diferença absurda para os sete municípios que a gente atende. São mais de 77 mil habitantes, mais os transeuntes, que dão, entre a (rodovia) MG-050, Escarpas do Lago, Serra da Canastra, turismo, que totalizam em média 100 mil pessoas. Então, (o fechamento dos leitos) fez muita falta. São muitos pacientes que precisaram da UTI, tivemos que transferir para a Passos (Santa Casa). E o apoio e a parceria do Estado, Superintendência Regional, Município e Santa Casa, junto aos parlamentares, foram definitivos para a gente conseguir essa reabertura”, afirmou Estevão.
Para a secretária municipal de Saúde de Piumhi, Rosângela Aparecida Terra e Guerra, a reativação da UTI irá aliviar a demanda pela Santa Casa de Passos e terá um impacto positivo até em outras microrregionais que chegam a utilizar os serviços da Santa Casa de Piumhi. “A importância é enorme, uma vez que nosso hospital é de média complexidade, é resolutivo, e faz muita falta uma UTI, porque, às vezes, tem procedimentos, cirurgias que são realizadas aqui e, sem UTI, não tem como serem realizados”, disse.
Em Passos
Antes da cerimônia de reabertura dos leitos de UTI em Piumhi, o secretário Estadual de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, esteve em Passos para uma reunião técnica com a diretoria da Santa Casa e visita à obra da Cidade da Saúde e do Saber, projeto de ampliação do hospital, com estrutura para exames e tratamento de alta complexidade, pesquisa, ensino e até moradia.
Estado deve manter repasse em dia ao hospital./ Foto: Arquivo FM.