8 de agosto de 2024
R$ 120 MILHÕES SÃO PARA CUSTEIO LIVRE PARA QUE OS MUNICÍPIOS PLANEJEM AS AÇÕES DE ACORDO COM CADA TERRITÓRIO, SENDO R$ 90 MILHÕES REPASSADOS EM 2024 E R$ 30 MILHÕES NOS PRIMEIROS MESES DE 2025 / Foto: Reprodução
BELO HORIZONTE – O secretário de estado de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, anunciou investimento de R$ 163 milhões para ações de enfrentamento a arboviroses como dengue, chikungunya, zika, febre amarela e febre Oropouche no próximo período sazonal.
“Estamos em agosto, mas temos mosquitos e vírus circulando no estado e precisamos estar preparados antes do período chuvoso”, afirma Baccheretti.
“Vivemos, em 2024, o pior ano da nossa história de casos de arboviroses, com mais de 1,6 milhão de casos. Não podemos esquecer que os ovos do Aedes estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então, cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a chuva não ter nenhum ovo ali próximo de eclodir”, alerta o secretário.
“Já a febre oropouche é uma doença causada por outro mosquito, o maruim, e que está nos planos de contingência, porque já temos mais de cem casos confirmados em Minas. Esse transmissor tem vínculo com locais com acúmulo de matéria orgânica, folhas ou bananeiras. Então precisamos redobrar os cuidados”, disse.
Do total que será investido, R$ 120 milhões são para custeio livre para que os municípios planejem as ações de acordo com cada território, sendo R$ 90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$ 30 milhões nos primeiros meses de 2025.
Os recursos poderão ser utilizados no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública.
Outros R$ 28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultra Baixo Volume (fumacê), estratégia de combate ao vetor das arboviroses.
Serão destinados R$ 15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear locais com água parada. Também em situações em que o agente de Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso, o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.
“Todos os municípios conseguem ter acesso aos drones que mapeiam e descobrem onde tem risco de água parada, acúmulo de lixo ou locais que podem ser criadouros do mosquito. E a descentralização do fumacê, com gestão pelos consórcios, vai dar mais agilidade para conseguirmos matar os mosquitos adultos”, ressaltou Baccheretti.
Casos
Até o dia 5 deste mês foram notificados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 1.698.328 casos prováveis de dengue no estado, dos quais 1.130.343 foram confirmados. Há 575 óbitos em investigação e 903 confirmados.
Quanto à chikungunya, foram notificados 156.728 casos, sendo 125.904 confirmados. Há 36 óbitos em investigação e 95 confirmados.
Os dados estão disponíveis em https://www.saude.mg.gov.br/aedes/painel
Brasil
No país, já foram confirmadas 5.008 mortes por dengue em 2024. O número é mais de quatro vezes superior ao registrado ao longo de todo o ano anterior, quando foram notificados 1.179 óbitos pela doença. Há ainda 2.137 mortes em investigação pela doença.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses indicam que o país contabiliza 6.449.380 casos prováveis de dengue. O coeficiente de incidência da doença, neste momento, é de 3.176,1 casos para cada 100 mil habitantes e a letalidade em casos prováveis é de 0,08.
Os dados mostram que 55% dos casos prováveis se concentram entre mulheres e 45%, entre homens. O grupo de 20 a 29 anos responde pelo maior número de infecções, seguido pelos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos. Já os grupos que registram menos casos são menores de 1 ano, 80 anos ou mais e 1 a 4 anos.
São Paulo concentra a maior parte dos casos prováveis de dengue (2.066.346). Em seguida estão Minas Gerais (1.696.909), Paraná (644.507) e Santa Catarina (363.850). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (546), Sergipe (2.480), Acre (4.649) e Rondônia (5.046).
Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 9.749,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (8.266,9), Paraná (5.632,2) e Santa Catarina (4.781,5). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (85,8), Sergipe (112,2), Ceará (138,9) e Maranhão (162,1).