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Sedest faz caminhada contra abuso infantil

Sedest realiza campanha “Faça Bonito, Salve Uma Infância”./ Foto: Divulgação.

Yngrid Horrana

PASSOS – A Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda (Sedest) da Prefeitura de Passos, com apoio do Conselho Tutelar, Programa Educacional de Resistência às Drogas e à violência (Proerd) e do 12º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, realizou na última quinta-feira, 18, a caminhada “Faça Bonito, Salve Uma Infância”. O evento ocorreu na avenida Comendador Francisco Avelino Maia e reuniu estudantes e assistentes sociais em comemoração ao Dia Nacional do Combate ao Abuso Sexual e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

De acordo com a conselheira tutelar Elange Costa Pereira, as notificações de violência sexual infantil são relatadas com frequência no Conselho Tutelar de Passos. Ela afirma que vítimas de 4 a 10 anos de idade costumam se manter em silêncio em relação a abusos. Geralmente, segundo a conselheira, essas vítimas relatam medo, vergonha ou não sabem identificar o abuso. “A escola é um local de mais percepção. Mesmo com muitos alunos, às vezes, um professor consegue identificar a mudança de comportamento da criança”, diz.

Para Elange, é importante falar sobre o combate à violência sexual infantil nas escolas. “Não é falar sobre sexo. A criança precisa se sentir segura. Deve ser ensinado que aquilo que é ruim para ela não pode guardar segredo”, disse. Segundo ela, a maioria dos abusadores possuem vínculo com a vítima. “Na maioria dos casos, a violência é intrafamiliar. Às vezes por tio, padrasto, avô… São pessoas do vínculo familiar”, disse.

Segundo a conselheira, em casos de violência sexual, a denúncia deve ser realizada ao Disque 100 ou à Polícia Militar (190). Após a ocorrência, a criança é retirada da situação de risco e encaminhada ao hospital, onde passa pelo Instituto Médico Legal (IML) para a realização do corpo de delito. “Depois disso, os responsáveis devem trazer a criança para um novo mundo, com demonstração de carinho e segurança. Conversar com a criança, mas não mencionar o trauma. Após isso, devem lidar com naturalidade”, conclui.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2021, 83.571 crianças entre 0 e 9 anos foram vítimas de violência sexual, sendo que 41,1% dos abusadores possuíam laço familiar com a vítima e 26,9% eram conhecidos da família. Entre esse grupo, a maioria dos casos ocorre por meio de estupro (56,8%), assédio sexual (29,2%) e pornografia infantil (3%).

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