Débora Meira
PASSOS – A Secretaria de Saúde de Passos alerta para a prevenção à proliferação de escorpiões e os cuidados necessários em caso de acidente. Segundo a secretaria, os escorpiões são mais ativos em dias quentes e podem ser encontrados em construções, entulhos e locais escuros.
De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), neste ano, os casos de acidentes envolvendo escorpiões em Passos chegaram a 202 no primeiro semestre. Em 2022 foram 463 registros e em 2021, 360 casos.
Segundo o médico veterinário Felipe de Oliveira Fraga, algumas espécies são adaptadas a ambientes que foram alterados pelo ser humano. “Nas áreas urbanas, medidas devem ser adotadas para que seja evitada a proliferação, por meio de ações de controle, busca direta, manejo ambiental, serviço de conscientização da população e prevenção dos acidentes por escorpião”, disse.
“As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada ou coleta dos escorpiões e na modificação das condições do ambiente em que estavam, a fim de torná-lo desfavorável a sua incidência, permanência e proliferação destes animais. Na área externa do domicílio, devemos manter limpos os quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar, acondicionar esses materiais em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados”, afirma.
De acordo com o veterinário, o controle químico com a aplicação de veneno não é eficaz contra a disseminação de escorpião, pois eles se abrigam em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras no solo, onde podem permanecer meses, tornando o tratamento químico ineficaz.
“O que também torna os escorpiões resistentes aos venenos é o fato de possuírem o hábito de permanecer em longos períodos em abrigos naturais ou artificiais que impedem que o inseticida entre em contato com o escorpião. Além disso, possuem capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares fechados por um longo período. A aplicação de produtos químicos de higienização doméstica e de produtos utilizados como inseticidas, raticidas, mata-baratas ou repelentes do grupo dos piretróides e organofosforados não são indicados, de acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, por causarem o desalojamento dos escorpiões para locais não expostos à ação desses produtos, aumentando o risco de ataques”, disse.