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Seca prejudica produção de café na região e eleva cotação do produto

Com a seca prolongada, safra pode ficar comprometida e cafeicultores temem prejuízo / Foto: Divulgação

Carlos Renato

 

S. S. PARAÍSO – A prolongada ausência de chuvas na região tem gerado preocupação entre os cafeicultores, principalmente os que atuam na divisa com o estado de São Paulo, nos municípios de São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino, Itamogi, Ibiraci e Claraval, sendo um dos principais polos de produção de café do Brasil.

Segundo o produtor de café Rafael Stefani, a região enfrenta uma das piores secas dos últimos anos, comprometendo a produção das lavouras.

“O problema não é recente. Desde o final do ano passado, as chuvas abaixo da média entre dezembro e janeiro resultaram em uma granação insatisfatória dos frutos. Isso levou à produção de grãos menores, o que exige uma quantidade maior para encher uma saca de café, afetando negativamente a produtividade da safra de 2024”, disse.

“Esse cenário tem contribuído para a alta nos preços do café nos últimos meses, já que a oferta está sendo diretamente impactada”, aponta o cafeicultor.

Segundo o produtor, essa falta de chuva acarreta danos para as plantas, como queda das folhas. “Esse estresse hídrico deixa as plantas totalmente depauperadas, começando a secar e a perder folhas. As folhas são extremamente necessárias para a fotossíntese e para a planta segurar os frutos logo após a florada. A retenção de folhas é crucial para a planta conseguir vingar os frutos”, afirma.

“Infelizmente, a cada dia que passa estamos perdendo parte da safra de 2025 com o passar dos dias sem chuva”, lamenta o produtor.

De acordo com o engenheiro agrônomo Lucas Ubiali, a situação climática atual preocupa toda a cadeia cafeeira, não apenas com a produção da próxima safra.

“Nossa preocupação se estende à quebra de safra de 2023/24, que está sendo finalizada, e ao que poderia ser recuperado para 2024/25. Já não estamos tão confiantes para o próximo ciclo”, aponta.

Segundo Ubiali, as regiões cafeeiras da Alta Mogiana, que ficam no interior de São Paulo e em cidades mineiras que na divisa com o estado, estão com redução de produtividade.

“Isso deve acarretar prejuízos significativos para os produtores. Por conta disso, devem buscar alternativas viáveis para garantir a continuidade de suas produções e mitigar os prejuízos previstos para os próximos anos. A situação exige não apenas medidas emergenciais, mas também políticas públicas que apoiem o setor diante dessa crise climática”, afirma o profissional.

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