Rafael Marcon

S. R. DE MINAS – A Prefeitura de São Roque de Minas em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vai realizar, pela primeira vez no município, a coleta de embalagens de agrotóxicos. Antes da iniciativa, o local mais próximo para a entrega das embalagens vazias era em Piumhi.

O recolhimento em São Roque será feito no sindicato rural do município, no próximo dia 16, das 8h às 16h. O projeto é desenvolvimento pela Associação de Preservação Ambiental de Minas Gerais (Apamig), que prevê recolher as embalagens em cerca de 60 cidades no Sul de Minas e Triângulo Mineiro.

De acordo com o fiscal assistente agropecuário do escritório do IMA em São Roque de Minas, William Patrick Faria, o descarte das embalagens era necessário no município, já que os produtores precisavam se deslocar até Piumhi para realizá-lo. “A questão de recolhimento das embalagens vazias estava sendo um problema no município. O local mais próximo para entrega das embalagens era em Piumhi, então o produtor precisava deslocar até lá para realizar a devolução, uma vez que não é obrigação das empresas que fazem o comércio desses produtos”, disse.

“Com a dificuldade apresentada, o pessoal da Emater e da prefeitura me procurou para começarmos a desenvolver o projeto da Apamig também em São Roque. É um projeto que vai ajudar muito, porque o descarte incorreto, por parte dos agrotóxicos pode prejudicar o solo, a água, os lençóis freáticos, e por parte do plástico, é um material que demora muito tempo para se deteriorar na natureza”, afirmou.

Segundo ele, a expectativa é de uma boa coleta. “Estamos esperando uma quantidade significativa de embalagens recolhidas. Ainda não temos noção do quanto que vamos conseguir recolher, mas será maravilhoso para o meio ambiente. Se der tudo certo, pretendemos fazer esta coleta outras vezes, porém depende também da disponibilidade do pessoal da Apamig, que atende muitos municípios além de nós”, disse.

Conforme informações divulgadas para orientação dos produtores, para o descarte das embalagens rígidas (galões, litros, entre outros), os vasilhames devem estar vazios e passar por uma tríplice lavada e inutilizados, separando as tampas dos frascos. Para o descarte das embalagens flexíveis não laváveis é necessário o acondicionamento em saco impermeável. Também será realizado o recolhimento de caixas de papelão desmontadas.

Projeto

O presidente da Apamig, Daniel Nascimento, acredita que o projeto de coleta e descarte correto das embalagens utilizadas de agrotóxicos é essencial para evitar danos ao meio ambiente. Segundo ele, hoje são recolhidos cerca de duas mil embalagens, por ponto de coleta, em cada cidade que participa do projeto.

“A média varia bastante, depende muito da divulgação. Se bem-feita, a gente recebe em torno de duas mil embalagens, o que dá em torno de 500 a 800 quilos por ponto de coleta. A importância desse projeto é limpar a natureza. As embalagens descartadas de forma incorreta, onde os produtores estavam desassistidos, nós já estamos recolhendo do meio ambiente. A gente tem a intenção de futuramente realizar outros projetos, como por exemplo o de preservação às nascentes de água”, afirmou.

“Orientamos o produtor a fazer a tríplice lavagem das embalagens. Temos contrato com as revendas credenciadas ao posto de coleta e fazemos duas vezes por ano este recolhimento nas 60 cidades que participam do projeto. As embalagens vão para o posto de reabastecimento e de lá, elas são retiradas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), onde realizam uma triagem para verificação do descarte correto, além de toda essa logística reversa”, disse Daniel.