ÉZIO SANTOS
PASSOS – Pacientes com tipo sanguíneo O negativo internados na Santa Casa ou à espera de cirurgia eletiva terão que esperar para serem atendidos por conta do baixo estoque no Hemonúcleo do município, que está 40% abaixo do ideal.
O motivo para a redução do estoque é o ‘sumiço’ dos doadores regulares, que apontam o clima frio e viagens como justificativas para a ausência. O tipo O negativo é considerado universal, podendo ser utilizado em qualquer pessoa.
A diretora administrativa do Hemominas em Passos, Tânia Piantino, disse que as unidades em todo o estado funcionam em rede, e os estoques de sangue dos tipos negativos registram, no momento, uma queda média de 28%, sendo que o tipo O negativo está 10% mais baixo.
Em Passos, Tânia esclareceu que a quantidade de bolsas atinge níveis críticos na unidade regional no município, com risco de faltar a algum paciente. É sugerido aos hospitais postergar momentaneamente as cirurgias eletivas do grupo sanguíneo mais afetado, evitando prejudicar alguém que esteja em situação de urgência.
“O período de suspensão depende da resposta da população para as doações de sangue. Habitualmente, quando todos se envolvem na questão, em poucos dias a situação se regulariza. Já o número de procedimentos cirúrgicos postergados depende de cada hospital”, ressaltou a coordenadora.
“De todo modo, ressaltamos que a Fundação Hemominas faz constantemente o chamamento à população. Se faz necessário ampliarmos o número de doadores voluntários com doações regulares, obedecendo os prazos entre uma doação e outra, pois, todos os dias, pessoas estão precisando de transfusões sanguíneas e não apenas nos momentos em que o estoque se encontra em níveis críticos”, completou Tânia.
Santa Casa
O responsável técnico pela Agência Transfusional do hospital, Audir Ribeiro de Abreu Filho, confirmou o problema que completa 15 dias nesta quinta-feira, 18. “Estima-se que mais de 15 cirurgias que estavam agendadas foram suspensas temporariamente pela falta de sangue O negativo, dentre elas cardíacas, oncológicas e ortopédicas. O pouco material que temos é aplicado em pacientes com risco de vida. As cirurgias adiadas só serão realizadas quando os estoques normalizarem”, explicou.
A reportagem ligou para o número da Central de Regulação de Cirurgias da Secretaria Municipal de Saúde para saber a quantidade de pessoas na fila das cirurgias eletivas do SUS, mas uma funcionária do setor disse que não tinha autorização para informar. O secretário de Saúde de Passos, Thiago Salum, não foi localizado por telefone e nem respondeu ao mesmo questionamento.