BRASÍLIA – A safra de grãos em Minas deve crescer 11,3% na safra 2022/23. A estimativa no 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção mineira passe de 16,8 milhões de toneladas para 18,7 milhões.
O levantamento registra que a produção na região Sudeste, como um todo, tem estimativa de crescimento, saltando de 26,8 milhões para 30,1 milhões — um incremento de 12,1% em relação à safra anterior.
Milho
Com aproximadamente 47% das lavouras de milho colhidas no estado, a cultura apresenta seus primeiros resultados. Segundo a Conab, grande parte das áreas já finalizadas foram semeadas dentro da janela ideal de plantio, até fevereiro, e foram beneficiadas pelas precipitações que se estenderam até abril, nas principais regiões produtoras.
Essas lavouras de milho em Minas apresentaram um desenvolvimento vigoroso durante todo o ciclo, aferindo produtividades média acima de 6.600 kg/ha. As demais lavouras estão em maturação fisiológica, secando no campo até atingir o grau de umidade ideal para colheita. Em boa parte delas, o produtor assumiu o risco semeando fora do período recomendado, deixando-as suscetíveis a situações climáticas desfavoráveis, já que, historicamente, as precipitações reduzem drasticamente a partir do segundo trimestre. Sendo assim, é esperado rendimentos inferiores aos registrados na primeira parcela colhida.
Nesse cenário, a expectativa de produtividade desta safra é de, aproximadamente, 5.598,7 kg/ha, 43,1% maior que o verificado na safra anterior, na qual a estiagem assolou as lavouras em todas as etapas de desenvolvimento.
Girassol
Destaque para a safra de girassol. Os mineiros aumentaram a área (em hectares) dedicada à lavoura de 1,9 mil para 10,9 mil. A Conab estimou um aumento de 7% na produtividade, o que projeta um salto de 3 mil para 18,6 mil toneladas do produto (+520%).
Minas Gerais também ampliou a área plantada com amendoim em 130,9% e estima um aumento de produtividade de 80,2%. A produção do grão deve saltar de 13,5 mil para 56,1 mil toneladas (+315,6%) na safra atual.
Conab estima crescimento de 17% e safra de 320 mi de toneladas no país
BRASÍLIA – A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é 17,4% maior que a do ciclo passado. Os dados estão no11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta primeira quinzena de agosto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A projeção é de um incremento de 47,4 milhões de toneladas neste ciclo, integrando 320,1 milhões de toneladas colhidas.
O resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área apresenta uma alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.
“Esse valor de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, ao avanço da colheita do milho segunda safra, que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos”, explica o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Esse valor de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, ao avanço da colheita do milho segunda safra, que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos. (Edegar Pretto, Presidente da Conab).
Lavouras
A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada, como indica o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho ultrapassa as 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica.
Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.Para o algodão, a Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o produto em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou em julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando no mesmo período atingia 49,3%. As condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, que apresentam um bom desenvolvimento.
Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para o Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e para a Bahia, estado com a com a maior produtividade com 4.020 kg/ha, resultado do bom pacote tecnológico e condições climáticas extremamente favoráveis. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.
Mercado Externo
Neste levantamento, a Conab mantém a projeção de exportações recordes não só para soja em grãos, mas também para farelo e óleo. Para o produto em grão é esperado que sejam embarcadas aproximadamente 95,64 milhões de toneladas, 17 milhões a mais que em 2022. As estimativas também apontam que 21,83 milhões de farelo e 2,60 de óleo tenham como destino o mercado internacional. Diante deste cenário, os estoques finais da oleaginosa devem ficar em torno de 7,17 milhões de toneladas.
Estimativa recorde também para as exportações de milho. Com a demanda externa pelo cereal brasileiro aquecida, a projeção é que 50 milhões de toneladas sairão do país. Confirmado o resultado, o volume exportado pelos agricultores brasileiros na safra 2022/23 será maior que as exportações realizadas pelos Estados Unidos. Ainda assim, a produção recorde do grão permite que haja uma recuperação de 30% nos estoques ao fim do atual ano safra, sendo estimados em 10,5 milhões de toneladas.
Com mais de 70% da safra de algodão comercializada, é esperada que as vendas da pluma ao mercado externo cheguem a 1,7 milhão de toneladas. Em julho deste ano, as exportações do produto atingiram 72,6 mil toneladas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Esse volume só é inferior a 2020, quando foram exportadas 77,3 mil toneladas. Para o estoque final da atual safra, a expectativa da Conab é ficar em torno de 1,95 milhão de toneladas, crescimento de 49,4% em relação à temporada anterior.