Opinião

Rombo nos Correios: aumento para o presidente, cortes para os funcionários

23 de maio de 2025

Nikolas Ferreira

Em 2021, os Correios registraram um lucro recorde de R$ 2,3 bilhões. Pouco tempo depois, com Lula no governo, a estatal alcançou outro recorde, mas claro, desta vez negativo. O balanço financeiro divulgado na última semana revela um rombo de R$ 2,6 bilhões nos Correios, o maior prejuízo desde 2016.

Conhece aquela frase: ”esse discurso envelheceu mal”? Pois é, foi o que aconteceu com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Em 2023, em meio ao burburinho de uma suposta saída da Uber do Brasil, a resposta de Marinho foi que os Correios poderiam substituir a empresa americana. Contudo, a realidade atual é bem diferente da fantasiada há dois anos.

O prejuízo bilionário dos Correios já gerou diversos impactos negativos, como o fechamento de agências. Também foram anunciadas, recentemente, medidas que afetam diretamente os funcionários da estatal, entre elas o plano de demissão voluntária, redução de carga horária com diminuição proporcional de salário, suspensão temporária de férias, cortes no plano de saúde e por aí vai. Nada que visa melhorar as condições dos trabalhadores, como a esquerda tanto diz defender.

Para não falar que todos foram prejudicados na atual gestão, a situação do presidente dos Correios – indicado por Lula – Fabiano Silva dos Santos, sem dúvida, está muito diferente da dos empregados.

Ele aprovou para si um aumento de 14% desde sua nomeação, atualizando o próprio salário para o valor de R$ 53,3 mil. Além da remuneração, outros benefícios foram ampliados, como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e a previdência complementar. Sem dúvida um belo reconhecimento pelos bons serviços prestados (contém ironia).

É revoltante como a mesma empresa que não consegue dar boas condições aos funcionários obtém recursos para patrocinar eventos, entre eles a turnê do cantor Gilberto Gil, o Lollapalooza 2024, e pasmem, até mesmo uma feira em Bogotá, na Colômbia, além de anunciar uma parceria para lançamento de selos comemorativos com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), grupo terrorista de viés esquerdista.

Em abril deste ano, apresentei um requerimento cobrando explicações ao Ministério das Comunicações sobre uma licitação dos Correios no valor de quase R$ 400 milhões anuais com publicidade institucional.

Para piorar, chama a atenção que, segundo divulgado pela imprensa, três das quatro agências finalistas têm vínculos com pessoas ligadas a escândalos de corrupção nas gestões do PT (normal).

É inadmissível que, em meio a sua pior crise, verbas milionárias sejam desperdiçadas para satisfazer os caprichos do desgoverno petista.

Seguiremos exercendo nosso papel constitucional de fiscalização para cobrar e garantir que o dinheiro dos contribuintes seja aplicado com responsabilidade, apesar de ser algo praticamente impossível com a esquerda no Governo Federal.

Nikolas Ferreira de Oliveira é natural de Belo Horizonte, tem 27 anos e é formado em Direito pela PUC Minas.