PASSOS – Comer fora deve ficar entre 10% e 20% mais caro em Passos. Proprietários de restaurantes alegam que a alta no preço dos alimentos tem pressionado o setor e preveem reajuste na comida por quilo, no prato feito e no marmitex. Levantamento feito pela Folha aponta que em alguns estabelecimentos os valores já foram reajustados e, em outros, o aumento também será aplicado.
Para Fabrício Lemos, empresário do ramo de alimentação, os preços dos insumos têm aumentado desde o início da pandemia de covid e ele afirma que não há como ficar sem repassar a alta nos custos aos consumidores. “No ano passado os preços dos produtos e mantimentos subiram bastante. No ano retrasado, nem se fala. Acredito que a pandemia deu uma alavancada nos preços. Apesar de trabalharmos com preço popular no restaurante, nós seguramos por um tempo os valores, mas chegou um ponto que tivemos que reajustar, porque você vai no supermercado e a compra que fazia com R$400, agora, com R$600, não dá mais”, disse.
“O reajuste foi em média de 20%, já que o que aumentou nas compras, nós tivemos que passar para os clientes. No começo acaba afetando no número de clientes, mas depois, agora neste ano, como oferecemos uma qualidade boa e preços acessíveis apesar do aumento, a clientela se manteve normalmente”, afirma.
Segundo Rodrigo Busti, proprietário de um restaurante na cidade, além da inflação nos últimos anos, as chuvas também têm pressionado os preços dos produtos. “Intensas chuvas, produção e encarecimento da matéria-prima são os fatores que fizeram o preço dos alimentos aumentarem. Ainda não reajustei os preços, estamos segurando há um ano, mas vamos reajustar 10% agora em fevereiro. É muito prejudicial ao lucro do restaurante, já perdi R$100 mil no ano passado”, disse.
Em outros estabelecimento consultados, os proprietários apontam que a alta nos preços dos alimentos tem prejudicado o lucro no setor e que enfrentam o dilema entre diminuir o lucro ou correr o risco de perder clientes por conta do reajuste.
A dona de um restaurante, que prefere não se identificar, afirma que tem mantido o mesmo preço do ano passado, mas que o rendimento caiu. “Com a alta na matéria-prima, subiu o preço de tudo, porém ainda estamos mantendo nosso preço. Já que nosso valor para o cliente ainda é o mesmo. Do ano passado para cá, tivemos redução de lucro no estabelecimento”, disse.
Em outro restaurante, o dono teme aumentar o preço da comida e ver a clientela minguar. “A falta de dinheiro é geral e não permite muitos reajustes, por enquanto”, disse.
Levantamento feito pelo site Mercado Mineiro em Belo Horizonte e divulgado na última segunda, 23, aponta que o preço da comida por quilo aumentou cerca 12% no último ano. Em 82 restaurantes pesquisados entre os dias 18 e 20 de janeiro deste ano, o valor médio passou de R$53,12 para R$59,45. O marmitex também teve reajuste e subiu de R$20,36 para R$22,10 na versão grande, e de R$15,59 para R$17,91 na versão pequena. Já o prato feito aumentou 8,46%, passou de R$ 22,26 para R$ 24,14.