18 de janeiro de 2024
Foto: Reprodução.
LAVRAS – Pesquisa realizada pelo Departamento de Gestão do Agronegócio da Universidade Federal de Lavras (DGA/UFLA) aponta que a renda média do produtor rural no Sul de Minas diminuiu 6,63% no ano passado. Segundo o levantamento, o setor de grãos foi o mais prejudicado, com queda de 26,65% e o feijão lidera o ranking de perdas, com -37,75%.
De acordo com informações divulgadas pela Ufla, o coordenador da pesquisa, professor Renato Fontes, afirma que a movimentação de preços das commodities do agronegócio é normal por conta de oscilações na oferta e na demanda.
A pesquisa aponta que, em janeiro de 2023, a saca do feijão estava cotada a R$ 400 e, em dezembro, o produto foi comercializado por R$245,00, indicando uma diminuição de 37,75%. Apesar da soja e do milho terem uma recuperação nos preços no último mês do ano, os índices mostram redução em relação a janeiro, de 16,9% e 11,68% respectivamente.
Segundo a pesquisa, essa queda ocorreu, principalmente, pela boa safra que resultou em aumento na produção ou na produtividade. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sobre a safra 22/23, mostram que o feijão, a soja e o milho tiveram aumento de 7,9%, 15,9% e 13% em produtividade, respectivamente.
O setor de proteína animal, que engloba a produção de carnes de boi, ave, suíno e peixe, apresentou uma queda média de 18,5%, resultado de uma expansão na oferta e de preços melhores no passado, principalmente no período de pandemia de covid.
De acordo com a pesquisa da Ufla, o barateamento no valor dos insumos amenizou a queda na renda dos produtores de carne, mas, no caso do boi gordo, o preço pago aos produtores diminuiu 19,2% em relação a janeiro por conta do grande volume de abates no ano de 2023.
As verduras também registram queda nos preços pagos ao produtor, com destaque para a cebola, que diminuiu 46,04%, e o tomate (-16,13%). No caso do tomate, a variação ocorreu devido ao aumento da oferta no mercado por conta do calor que resultou na maturação acelerada do fruto, fazendo com que houvesse um direcionamento antecipado do produto ao mercado.
No caso da cebola e outras commodities que também tiveram queda, a variação acontece regionalmente, variando, portanto, de acordo com o local de coleta de dados, já que, esse setor é caracterizado por uma grande pulverização de produção no território nacional.
O mercado leiteiro também enfrentou queda significativa em 2023, já que os preços elevados no passado estimularam a oferta no mercado interno e houve aumento na importação. O setor registra queda de 12,2% no preço do leite.
Com quedas ao longo do ano, o preço pago pelo teve recuperação e fechou com alta de 9,47% em 2023.