Carlos Renato
PASSOS – Cerca de 8 mil pessoas devem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2024) na região. As provas serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro e os municípios de Alpinópolis, Passos, Piumhi e São Sebastião do Paraíso vão sediar o exame para 8.053 candidatos da região.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo o Inep, na região são 2.601 são participantes da última série do ensino médio, o que corresponde a 32% do total de inscrições.
De acordo com o instituto, em Passos são 3.874 inscritos, sendo 1.121 concluintes do ensino médio. Em São Sebastião do Paraíso são 1.945 participantes, sendo 790 estudantes do ensino médio.
O município de Piumhi recebeu 1.279 inscrições, sendo 400 de concluintes do ensino médio. Já Alpinópolis tem 955 pessoas inscritas, sendo 290 oriundos do ensino médio.
Passos tem sete locais de aplicação de provas para o Enem 2024, que ficam nas escolas estaduais Professora Júlia Kubitschek, Neca Quirino, Caetano Machado da Silveira, Dulce Ferreira de Souza (Polivalente), Tancredo de Almeida Neves e São José, além da escola municipal Professora Emília Leal de Mello.
Minas
Em Minas são 393.007 inscrições no Enem 2024, sendo 172.370 (43,8%) de participantes que já terminaram o ensino médio. Outras 85.604 inscrições são de estudantes do 1º ou 2º ano e 1.890 de pessoas que não cursam nem completaram o ensino médio, mas farão o Enem para testar seus conhecimentos (treineiros).
Dos participantes de Minas Gerais, 53,29% (209.436) são isentos da taxa de inscrição e 46,71% (183.571) a pagaram. As mulheres são maioria, equivalem a 61,93% (243.403) das inscrições, enquanto os homens representam 38,07% (149.604).
Professores indicam possíveis temas que podem ser cobrados na redação
No próximo domingo, 3 de novembro, ocorre o primeiro dia de aplicação da prova do Enem 2024. Serão 90 questões de Linguagens e Códigos e de Ciências Humanas, além da redação. Professores apontam várias possibilidades de temas que podem cair na prova escrita.
Segundo a professora de Português e avaliadora do Inep, Fernanda Lima, o tema da redação do Enem neste ano pode abranger assuntos ligados ao meio ambiente, educação digital e alimentação.
“Temas sobre o combate ao assédio sexual, ao trabalho análogo a escravidão, a precarização do trabalho, sobre os desastres ambientais e seus efeitos no Brasil, assunto que está em alta nos últimos dias. Também podem cobrar sobre os desafios para a inserção da educação digital nas escolas públicas ou ainda sobre o impacto da alimentação saudável na prevenção de doenças, por exemplo”, destaca a profissional que leciona na Escola Estadual São Gabriel, em Cássia.
Já o professor de Português e mestre em Educação Diego Araújo lembra que os temas de redação geralmente estão relacionados a direitos humanos, diversidade, meio ambiente e tecnologia, levando em consideração uma questão social que impacta uma minoria.
“Eu apostaria em descriminalização do aborto, polarização política, ideologias partidárias ou políticas de eutanásia. Um possível tema de redação é a precarização do trabalho e a preservação da dignidade humana. É importante considerar o papel do celular na educação de crianças e adolescentes brasileiros, destacando os impactos negativos, já que a prova do Enem exige uma proposta de intervenção”, ressalta o profissional, que leciona na Escola Estadual Abraão Lincoln em Passos.
“O uso crescente de redes sociais e seus efeitos psicológicos sobre adolescentes, como ansiedade e depressão, é um tema de grande relevância”, aponta.
Ele reforça que assuntos sobre meio ambiente e emergência climática também não devem ser desconsiderados. “É um tema abrangente, mas de importância óbvia pelo que estamos vivenciando nos últimos anos, especialmente entre 2023 e 2024, com derretimento de geleiras, períodos de estiagem muito longos, incêndios e calor extremo, que afetam todos os cidadãos”, afirma.
Avaliação
Segundo Fernanda Lima, que é avaliadora de redação, o Inep utiliza cinco competências avaliadas na redação do Enem. “Mas há duas que sempre impedem os participantes de obter a nota 1.000: que trata da ortografia e gramática e da organização textual e consistência argumentativa”, informa.
De acordo com a professora, gabaritar a redação é difícil porque a banca aceita apenas uma falha sintática e duas ortográficas. “Sobre a organização textual, o principal erro do participante é a falta de argumentação e abordagem do tema, não desdobrar os argumentos com exemplos práticos, que estão na terceira competência”, disse.
“Portanto, é importante ler e reler a redação e conferir se há erros quanto a norma culta, pois uma simples ausência de pingo no i, acentuação e pontuação podem prejudicar na nota final”, sugere a professora.
Segundo ela, as outras duas competências são: uso correto de conectivos e proposta de intervenção, ou seja, solução para os problemas evidenciados no tema.