PASSOS – O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para risco de temperaturas até 5° acima da média nos municípios da região até a próxima quarta-feira, 15. Segundo o instituto, a onda de calor apresenta “grande perigo” e pode atingir mais de 300 cidades em Minas.
Na região, o Inmet aponta alerta vermelho nos municípios de Alpinópolis, Bom Jesus da Penha, Capetinga, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Doresópolis, Fortaleza de Minas, Guapé, Ibiraci, Itamogi, Itaú de Minas, Jacuí, Monte Santo de Minas, Nova Resende, Passos, Pimenta, Piumhi, Pratápolis, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Roque de Minas, São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino e Vargem Bonita
Nos últimos meses, o Inmet vem realizando uma análise meteorológica específica para o Brasil, utilizando dados de temperatura média do ar das estações meteorológicas espalhadas por todo o território nacional.
De acordo com o levantamento, as temperaturas ficaram acima da média histórica nos meses de julho a outubro. Nos quatro meses mais quentes deste ano, setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991 a 2020 (média histórica).
Entre julho e e outubro de 2023, o clima foi marcado por calor extremo em grande parte do País e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño, aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.
Outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos e o cenário indica que este ano será o mais quente desde da década 60.
Estes resultados corroboram com as perspectivas encontradas por outros órgãos de meteorologia internacional, pois, segundo pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, é improvável que os dois últimos meses deste ano revertam este recorde, tendo em vista que a tendência é de altas temperaturas em todo o mundo até novembro.
A onda de calor que assola o centro do Brasil deve permanecer até a segunda quinzena deste mês. As altas temperaturas devem-se a uma massa de ar seco posicionada sobre a região central do país, que impede a chegada das frentes frias e outros eventos climáticos que poderiam trazer maior nebulosidade e ocorrência de chuvas.
O fenômeno vem provocando altas temperaturas não somente nos estados da Região Centro-Oeste, mas também no Sudeste, em algumas áreas do centro-sul do Pará, do Tocantins, oeste da Bahia e norte e nordeste do Paraná.
“A massa de ar quente funciona como se fosse um bloqueio que impede o sistema de formar nuvens, e não ocorrem as chuvas. O canal de umidade que vem do Norte não consegue adentrar no Centro-Oeste trazendo chuvas”, explicou Heráclio Alves, meteorologista do Inmet.
Na segunda quinzena de outubro, essa massa de ar seco deve perder força. Com isso, a frente fria vinda do Sul avançará gradativamente, permitindo a formação de nuvens e a presença de chuvas no centro do Brasil.