12 de setembro de 2023
Foto: Divulgação.
PASSOS – Dezenove prefeitos que integram a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg) aprovaram, em reunião nesta terça-feira, a proposta de rateio no valor de R$ 2,5 mil por mês para evitar que o hospital psiquiátrico Gedor Silveira, de São Sebastião do Paraíso, feche as portas. Segundo informações da Ameg, inicialmente, o repasse será feito por 12 meses.
Ainda de acordo com a associação, logo no início da reunião, o prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, informou que na última segunda-feira, 11, em contato com o Ministério Público, foi aventada a possibilidade que os municípios assinassem um termo de fomento ao tratamento de transtornos mentais, comportamentais e internações psiquiátricas.
Segundo Morais, a proposta seria boa para recuperação do hospital, porém traria problemas para municípios pequenos, principalmente aqueles que têm dois ou mais pacientes internados, porque o valor para custeio poderia chegar a R$28 mil por mês.
“Sendo assim, minha proposta é um pouco diferente. Proponho que todos os municípios da região, independente de ter ou não paciente internado no momento, contribua com o valor de R$2,5 mil por mês. Se os municípios toparem, a gente salva o hospital”, disse o prefeito.
De acordo com Morais, já existe um compromisso firmado pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em resolver o problema do hospital a médio e longo prazo.
“O que estamos propondo é uma ajuda das 154 prefeituras de toda a região por apenas um ano. São R$30 mil para cada prefeitura num intervalo de 12 meses para que o hospital possa ter fluxo para respirar enquanto a gente consegue resolver esta questão com o governo estadual”, disse.
Apesar de não ter nenhum paciente internado no Gedor Silveira, o prefeito de Bom Jesus da Penha, Nei André Freire, cidade com pouco mais de 4 mil habitantes, afirmou que embora não possua moradores da sua cidade hospitalizados é importante ajudar o hospital neste momento de crise porque é bom saber que a região, se precisar, pode contar com o hospital aberto para atender a população.
Após ouvir o prefeito Marcelo Morais, o presidente da Ameg e prefeito de Passos, Diego Oliveira, ressaltou que a proposta era plausível e que estavam presentes na reunião prefeitos da Ameg e da Amog, cujo seu presidente, o prefeito de Monte Santo de Minas, Carlos Eduardo Donnabella também estava presente.
“A proposta apresentada pelo prefeito Marcelo não vai apertar os municípios, ainda mais se a cidade precisar de uma internação, porque os prefeitos sabem o quanto uma internação particular é cara para os municípios”, afirmou o presidente da Ameg.
Segundo ele, nenhuma cidade será obrigada a repassar o valor, mas que o trabalho dos prefeitos será de conscientizar os colegas de toda a região que sai mais barato auxiliar o hospital e poder internar um paciente no Gedor Silveira do que ter que gastar cerca de R$7,5 mil, por mês, em uma clínica particular.
Segundo a Ameg, os prefeitos que participaram da reunião concordaram com a proposta de custeio do hospital pelos próximos 12 meses. O presidente da Amog, Carlos Eduardo Donnabella, seguiu o entendimento dos demais e disse que vai levar a proposta a prefeitos que integram a associação e que a expectativa é que eles concordem com o valor do rateio.
Segundo informou a promotora Manuella de Oliveira Nunes Maranhão Ayres Ferreira, de Paraíso, um procedimento administrativo dentro da promotoria no município notificou o município de Paraíso, em 27 de julho, que o hospital deveria ter as atividades encerradas em 90 dias, mas, com a mobilização dos municípios, foi possível desenhar uma espécie de termo de fomento, e que, se de fato os municípios aderirem, a instituição poderá se recuperar financeiramente e continuar prestando atendimento à população, pelo menos nos próximos 12 meses até uma posição do governo estadual.
“Eu penso que temos mesmo que trabalhar para a manutenção do hospital, ele é necessário mas o recado que eu quero deixar aos senhores é que nós precisamos implementar nas nossas regiões efetivamente a rede de atenção psicossocial, porque não vai ter como fugir. Esse é o futuro, e os hospitais vão sempre ficar nesta corda bamba, fecha não fecha, então não dá para apostar todas as fichas do atendimento psicossocial no hospital”, disse o promotor, Eder Capute, do Ministério Público em Passos.
Segundo a Ameg, representantes de 19 municípios da região participaram da reunião. Pela Ameg estavam presentes gestores de Capetinga, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Fortaleza de Minas, Ibiraci, Itaú de Minas, Passos, Pratápolis, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino. Integrantes da Amog, participaram representantes de Arceburgo, Bom Jesus da Penha, Cabo Verde, Jacuí e Monte Santo de Minas.