4 de dezembro de 2024
A Folha da Manhã faz parte do grupo que visitará a Serra da Canastra a convite da Secult / Foto: Reprodução
PASSOS – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anuncia nesta quarta-feira, 4, às 16h30, a decisão sobre a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A candidatura foi apresentada à Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade no ano passado. A cerimônia ocorre durante a XIX reunião do Comitê de Patrimônio Cultural Imaterial, em Assunção, no Paraguai. O anúncio será transmitido ao vivo pela Rede Minas.
A partir desta quarta-feira até a próxima segunda-feira, 9, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), realiza uma viagem com um grupo de jornalistas para as regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal (QMA), como a Serra da Canastra, Serro, Araxá, Campo das Vertentes, Serra do Salitre, Triângulo Mineiro, entre outras.
A Folha da Manhã foi convidada pela Secult a participar da programação e fazer parte do grupo que percorrerá trecho da Serra da Canastra, para visita a produtores de queijo e atrativos naturais e históricos da região, entre quinta-feira, 5, e sábado, 7.
Caso os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal sejam reconhecidos pela Unesco, será a primeira vez que o país terá o reconhecimento para um patrimônio imaterial da cultura alimentar.
Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal podem se juntar aos já reconhecidos kimchi, da Coreia do Sul, washoku, do Japão, pizza napolitana, da Itália, e cuscuz, de Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia. Vale destacar que a Unesco não reconhece pratos específicos como regra, mas sim práticas e tradições relacionadas a alimentos
QMA
O Queijo Minas Artesanal é elaborado a partir de leite de vaca cru, ou seja, sem passar pelo processo de pasteurização, seguindo métodos tradicionais em pequenas propriedades rurais. O leite utilizado deve ser exclusivamente produzido na mesma propriedade onde o queijo é fabricado. A produção envolve o uso de pingo (fermento natural), coalho e salga a seco, além de um processo de maturação que resulta em uma casca lisa e de tonalidade amarelada.
Das dez regiões identificadas pelo Governo de Minas como produtoras do Queijo Minas Artesanal, três receberam reconhecimento entre 2019 e 2023: Diamantina, Serras de Ibitipoca e Entre Serras de Piedade ao Caraça. As outras sete regiões caracterizadas incluem Triângulo, Cerrado, Serra do Salitre, Araxá, Canastra, Campo das Vertentes e Serro. Em todo o estado, mais de 3,1 mil agroindústrias são responsáveis pela produção dessa iguaria.
Em 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) reconheceu o Modo de Fazer o Queijo Artesanal da região do Serro como patrimônio imaterial, tornando-se o primeiro bem cultural registrado pelo Estado nessa categoria.
Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concedeu reconhecimento em âmbito nacional, abrangendo as regiões do Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre.
Em 2021, com a revalidação do registro pelo órgão federal, o título do bem cultural foi atualizado para Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal, estendendo seu reconhecimento a outras regiões produtoras oficialmente identificadas pelo Estado.