Ézio Santos
GUAPÉ – O programa “Barriga Cheia”, que neste ano completa 16 anos, beneficia famílias carentes em Guapé. Idealizado em 2006, pelo então prefeito na época, Nelson Alves Lara, o projeto busca combater a insegurança alimentar, incentivar o consumo de alimentos agroecológicos, retirada de lixo do meio ambiente e proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas de baixa renda.
O programa foi regulamentado por meio da Lei Municipal lei 1.800/2007, que também tem o propósito de atingir as necessidades das pessoas em conflito com a lei e que não tiveram oportunidades de trabalho no município.
Segundo o prefeito, Nelson Alves Lara, aos poucos, o planejamento foi ganhando solidez por etapas, totalizando oito.
“Na época, quando os casos de dengue surgiu em Guapé, senti a necessidade de limpar a cidade retirando todo o lixo reciclável, com a ideia de oferecer algo em troca para a população que aderisse ao projeto. Hoje a cidade é quase 100% limpa e possui poucos registros de doenças causadas pelo inseto transmissor Aedes Aegypti”, ressaltou Lara, que está no quatro mandado no município.
De acordo com o prefeito, as etapas do “Barriga Cheia” constitui na horta comunitária, triagem e reciclagem do lixo reaproveitável, funcionamento do armazém onde qualquer cidadão compra mantimentos, restaurante popular, que oferece refeição a R$ 1 o prato, além de ofertar vale alimento, distribuição de cestas básicas, padaria popular e vale-gás. “Hoje a população tem uma moeda exclusiva que se chama vale alimento, entregue a qualquer pessoa que levar materiais que podem ser reutilizados na Central de Triagem. Depois ela vai ao armazém e troca por produtos alimentícios”, explicou o prefeito.
Sobre as verduras e legumes que os moradores consomem diariamente, o gestor municipal disse que existe uma parceria com 30 produtores da região, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “A maioria cultiva de tudo em sua chácara, sítio ou fazenda sem uso de agrotóxicos. Traz para cidade e recebe em dinheiro. Um pouco produzimos na horta comunitária utilizando adubo orgânico”, frisou.
De acordo com o prefeito, Guapé é uma das cidades mais limpas do Brasil, porque a população mantêm sem lixo. “Uma das vantagens é que ofertamos até três dias por semana, a função de gari e outros tipos de serviços para quem precisa, pagando em vale alimento. Assim evita entulho nas ruas. Recentemente foram levados para o local adequado, restos de construção civil, móveis velhos e tudo que não presta mais, com o uso de caminhões no total de 60 fretes”, ressaltou.
Ainda conforme Lara, na zona rural, sete distritos e outras comunidades são beneficiadas pelo “Barriga Cheia”, onde veículos da prefeitura vão buscar materiais recicláveis, uma ou duas vezes por semana, em Aparecida do Sul, São Judas, Pontal, Penas, Araruna, Santo Antônio, São José, Capoeirinha, Monteiros, Vargem e São José. Todo o lixo orgânico de Guapé é transportado para o aterro sanitário de Nepomuceno.
“Para o município está parceria é muito importante, visto que, todos trabalham pensando na melhor qualidade de vida, principalmente das pessoas mais necessitadas. Todas essas etapas do programa são regulamentadas por leis e executadas pela Associação de Agricultura Familiar de Guapé, também criada em 2006, momento que enxergamos a necessidade de executar vários programas federais, estaduais e municipais”, concluiu Nelson.