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Produtores contratam empresa para manutenção na Julieira

Ézio Santos

PASSOS – Indignados com a demora por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agropecuária e Abastecimento (Semab) na manutenção dos 48 quilômetros da estrada da Julieira, produtores rurais se uniram e contrataram uma empresa para executar trabalhos paliativos e melhorar as condições de tráfego. O investimento gira em torno de R$ 15 mil, angariado com cerca de 50 fazendeiros e sitiantes.

Uma máquina motoniveladora da empresa JA Terraplanagem começou na terça-feira, dia 28 de fevereiro, a tapar a enorme quantidade de buracos, retirar excessos de terra nos pontos de atoleiros e com previsão de término dos serviços em duas semanas. “Nós resolvemos agir de forma mútua porque o limite da paciência chegou. Fizemos a tradicional vaquinha com o valor em dinheiro que pudesse, e ainda tem muitos a contribuir. Só não temos condições de consertar pontes e mata-burros por falta de material e mão de obra especializada. Chegamos ao ponto de os caminhoneiros se recusarem a trafegar na Julieira em razão das péssimas condições da estrada e todos os tipos de danos causados pelos lamaçais, ou cobrar bem mais caro pelo frete. Em dias chuvosos, alunos e pessoas doentes foram isolados da cidade”, afirmou José Márcio de Simoni Silveira, proprietário da Fazenda Limeira onde se cria gado leiteiro, planta soja, milho e café.

O ruralista, cuja fazenda fica distante 24 quilômetros da cidade, culpa a atual gestão pública do município pela falta de planejamento, projetos preventivos e mão de obra que possa atender a demanda de manter as estradas rurais sempre conservadas. “Com exemplo, ela lançou planos para construir mata-burros de concreto, mas faz um por mês porque não tem operário suficiente. Leva meses para consertar uma ponte ou um aterro pelo mesmo motivo. Sempre culpa as chuvas pelos estragos, mas esquece que na época da seca é o momento certo para executar os planos de prevenção de acidentes geográficos provocados pela natureza. Se isso for seguido à risca todos os anos, são mínimos, os estragados”, alertou José Márcio.

Chuvarada

O secretário Sebastião Domingos, o Neném da Manoela, afirmou que realmente os 2.500 quilômetros de estradas rurais ficaram 100% prejudicadas por causa do longo período chuvoso, causando estragos em 20 pontes e vários aterros. “Desde o início da atual administração, a secretaria vem sofrendo com falta de recursos para executar o planejamento, maquinários sucateados e pouca mão de obra. Por outro lado, aos poucos, desde 2021 estamos colocando a casa em ordem, e isso demanda tempo, anos. Não paramos até hoje e continuamos trabalhando no limite das condições a nós propostas. Final de 2022 e início deste ano foram atípicos em termos de chuva, pegando quase o país todo de surpresa”, esclareceu.

Sobre a atitude dos ruralistas da estrada da Julieira, onde há cultura de cana-de-açúcar e criação de gado de corte, Neném disse que já sabia da intenção do grupo, e não se responsabiliza por qualquer serviço que a empresa contratada fizer. “Tem uma ponte perto do Condomínio Luciana para receber manutenção, mas no momento estamos sem condições de trabalhar nela. Inclusive, todo o madeiramento a ser usado foi doado por um ruralista daquela região e semana que vem vamos recuperá-la totalmente”, ressaltou.

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