25 de outubro de 2024
Grupo de mulheres do agro representam Paraíso e região no congresso de dimensão internacional / Foto: Divulgação
Roberto Nogueira
S. S. PARAÍSO – Um grupo de nove mulheres produtoras rurais de São Sebastião do Paraíso participa, em São Paulo, da 9ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), que aconteceu nos dias 23 e 24 no Transamérica Expo Center.
“É um evento grandioso, um universo gigante para o intercâmbio de informações, busca de conhecimentos e compartilhamentos de ideias”, define Sirlei Renata Sanfelice de Carvalho, extensionista do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e cafeicultora em Paraíso.
O congresso deste ano tem como tema “Mulher Agro Brasileira: Voz Para o Mundo”. O evento reúne cerca de três mil pessoas, 80 palestrantes e 50 empresas, é reconhecido como o maior evento global dedicado às mulheres do agro. A iniciativa tornou-se um dos principais canais para utilizar a força feminina e expandir a visão mundial sobre o agro brasileiro, com intento de ajudar a criar uma percepção internacional justa do setor.
A programação contou com a realização de painéis, mesas redondas e palestras diversas com renomados personagens que permitiram as congressistas acompanharem diferentes experiências, talks shows e cases de sucesso. Questões como mercado de carbono, o uso de robôs e inteligência artificial, gestão digital e sucessão, bem-estar animal e tecnologia de drones, entre vários outros foram alguns temas abordados.
As representantes de Paraíso e região foram apoiadas através da parceria com o Sebrae Minas. Conforme a cafeicultora Sirlei Sanfelice, trata-se de um congresso de dimensão internacional. “É um encontro de grande importância para todas nós. Aqui trocamos contatos, experiências, falamos das dificuldades do meio agrário que não só apenas nosso. Os problemas e soluções sobre clima, cultivo, plantio e produção diversa estão na pauta do dia. É possível observar o que acontece em cada setor. As agricultoras são persistentes e as cafeicultoras também não são diferentes”, afirma.
Além de Sirlei Sanfelice, participam Juliana Paulino da Costa, Maureen Rocha, Claudia Leite, Carla Montans, Luciene Baldo, Ana Maria Monsef, Agda Silva Prado, e Suzana Santos Passos. Maureen Rocha, é gestora de comunicação do Projeto Mundo Mulher Café.
Ela destaca que é importante participar e tomar conhecimento da grandiosidade de todo este universo. “É um dos maiores eventos do mundo, que possui uma diversidade de informações voltada para as mulheres e sua participação no agro nos mais diversos segmentos”, aponta.
Para Juliana Paulino da Costa, também cafeicultora e produtora rural, no congresso há uma troca de informações muito grande. “São abordados assuntos desde a arte teórica, prática, observam-se os aspectos pessoal, familiar que envolve o agronegócio, em uma conexão indescritível”, destaca.
Juliana diz ainda que o evento reúne mulheres agricultoras de todo o Brasil que tem características diversas. “Não é só cafeicultura, como é o nosso caso, mas aborda-se o agro de maneira geral, uma troca de informações sensacional”, cita. Em seguida ela conclui, “as realidades são as mais diversas, as dificuldades são as mesmas, tudo isso nos dá forças para que a gente não desista do agro jamais”, completa.
Equilíbrio
A diretora da Apex Brasil, Ana Repezza, trouxe à tona a importância de aumentar a participação das mulheres no comércio internacional, destacando o papel fundamental da ciência e da promoção para o avanço do País. Ela ressaltou a necessidade de expor o que o Brasil é capaz de realizar e, mais especificamente, de incentivar as mulheres a se engajarem no mercado externo. Ana destacou o programa “Mulheres e Negócios Internacionais”, iniciativa que visa capacitar e apoiar mulheres empreendedoras que desejam exportar ou ampliar seus mercados.
A medida pretende corrigir a disparidade de gênero no setor exportador, no qual apenas 14% das empresas exportadoras brasileiras são lideradas por mulheres. No agronegócio, o número sobe para 16%, mas ainda está longe de ser ideal. Para enfrentar esse desafio, a Apex Brasil implementou uma política de equidade de gênero, garantindo que 50% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres. Externamente, o programa “Elas Exportam”, parte do Mulheres e Negócios Internacionais, oferece mentoria para mulheres que estão começando a exportar ou que buscam aprimorar suas competências, tanto técnicas quanto socioemocionais.