PASSOS – A Prefeitura de Passos estuda decretar estado de emergência epidemiológica por conta do avanço da dengue no município. A informação foi passada pela Secretaria Municipal de Saúde em reunião na Comissão de Saúde e Ação Social da Câmara, realizada nesta quarta-feira, para discutir o avanço dos casos prováveis da doença na cidade, que chegaram a 1.612 na última segunda-feira. O vereador Edmilson Amparado sugeriu a criação de um gabinete de crise.
Segundo informações da Câmara, representantes de todos os setores de saúde do município e da Superintendência Regional de Saúde de Passos participaram da reunião e o objetivo da comissão é cobrar ações emergenciais no combate à dengue. Também esteve presente o representante do Tiro de Guerra, que ofereceu ajuda com 100 atiradores para atuar no apoio às equipes do setor de Zoonoses.
Entre os assuntos discutidos está a modificação na lei que prevê multa para proprietários de terrenos por falta de limpeza e conservação. Na próxima semana, deve ser feita uma reunião com os secretários municipais para discutir o aumento no valor da multa, que atualmente é de R$ 1 por metro quadrado de lote sujo e R$ 1,50 para lotes que são limpos pela prefeitura. “O valor é baixo demais, compensa pagar a multa do que limpar”, disse o secretário de Saúde, Thiago Agnelo Sallum.
Atualmente, o município tem 104 agentes de controle de epidemia, 56 deles registrados no Ministério da Saúde e os demais pagos pelo município. Sobre o Governo Federal não estar mandando inseticida para o município, em que o prefeito Diego apresentou um novo inseticida para a imprensa na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde informa que depende da liberação da Regional de Saúde. O inseticida é liberado pela Anvisa, mas não pela Organização Municipal de Saúde (OMS).
O Tiro de Guerra de Passos deve fornecer 100 militares, a partir de 10 de março, para ajudar a Zoonoses. “Nós só precisamos de treinamento”, disse o sargento Bruno. A representante da Secretaria Municipal de Educação se comprometeu em reunir as escolas particulares e públicas para agir junto com as crianças. “Estamos cansados de falatório, precisamos agir. Nas escolas fazemos um amplo trabalho e as escolas particulares eu tenho certeza de que se unirão a nós”, disse Zinetti Rattis, da SRE. A Secretaria Municipal de Educação irá elaborar um material para ser distribuído entre os pais.
O presidente da Comissão, Francisco Sena (PODEMOS), propôs a criação de um WhatsApp para que a pessoa denuncie lotes sujos e lixo jogado na rua. “Nós temos que fazer ações a curto, médio e longo prazos”, disse a presidente da Câmara, Aline Macedo.
A DRS fez exigências para comprar o inseticida que está em falta. Os trâmites legais estão sendo feitos entre a DRS e a SES. No caso do fumacê, o município depende de envio do veículo por parte de Belo Horizonte.
Além de ter confirmados os altos índices de infestação do mosquito Aedes, a reunião serviu para expor as deficiências que têm acontecido, o que segundo as próprias autoridades vem contribuindo para os números crescentes da doença.
Segundo a Secretaria de Obras, há dificuldades na fiscalização de terrenos sujos que contribuem para a proliferação do mosquito, porque além de problemas na notificação dos proprietários os valores das multas são baixos, necessitando serem corrigidos com uma nova legislação.
Na avaliação dos representantes da Superintendência de Saúde, seria interessante uma mobilização social, para envolver toda a comunidade no combate. A presidente da Câmara Municipal, vereadora Aline Macedo, avaliou que uma foi uma reunião importante e ao mesmo tempo preocupante, defendendo que é preciso ser executado um plano de ações com medidas a curto, médio e longo prazo. Aline afirmou que a população espera ações, que as coisas ocorram, destacando que no que depender do Legislativo a Câmara está à disposição.