8 de janeiro de 2024
Foto: Divulgação.
Ézio Santos
S. J. BARRA – A Prefeitura de São José da Barra ainda promove a manutenção do Cemitério de Transição, utilizado pela população da Barra Velha, inundada no início da década de 1960, após a conclusão da obra da Usina Hidrelétrica de Furnas. O cemitério, que fica localizado na estrada que dá acesso ao Porto de Guapé, está desativado há mais de 63 anos e sepultou de 20 a 30 pessoas.
Segundo a administração, no ano de 2018 foi feita uma limpeza e reparos após pedido dos familiares que possuem entes enterrados no local. A iniciativa foi coordenada pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, que reuniu mais 30 pessoas entre voluntários e servidores, que utilizaram uma máquina retroescavadeira da prefeitura.
Na época, a prefeitura instalou novos mourões, arame, cruz e colocou cacos de pedra mineira no entorno do cemitério até o portão de entrada, além de retirar o mato alto. Atualmente, a manutenção do Cemitério de Transição é executado pela prefeitura periodicamente com o corte da vegetação no entorno das sepulturas.
A área do Cemitério de Transição possui 529 m², de acordo com o levantamento da chefe do Setor de Cultura da Barra, Lorraine Nunez. Segundo ela, o espaço foi doado por Aureliano Artivo em 1960. “O uso do cemitério iniciou anos antes da construção da usina, quando, na iminência de alagamento da antiga São José da Barra e da impossibilidade de uso do cemitério, que também seria alagado, sendo necessário a mudança da população para outra localidade”, disse.
Segundo ela, naquela época, a Barra Velha era distrito de Alpinópolis. Com a desativação do cemitério e comovido com a situação das famílias que não tinham onde enterrar os mortos, Aureliano teria doado o terreno, mas não teria lavrado a escritura em cartório. Familiares ainda construíram uma capela no local.
O pároco da época, responsável pela negociação de compra do terreno para a instalação da atual cidade, optou por utilizar como cemitério as terras de um sítio denominado “Água Limpa”, distante cerca de 15 km do Cemitério de Transição, mas não transferiu os mortos. Por conta da falta de condições financeiras das famílias para a manutenção da capela, o local ruiu, restando apenas uma cruz de madeira e alguns túmulos de alvenaria e concreto.
Segundo informações da administração, em 2006, na gestão do prefeito José Donizete Vilela, a escritura do terreno foi regularizada, sendo os doadores Pedro Eustáquio Cardoso Maia e a esposa Monica Brasileiro Cardoso. Zé das Medalhas, como é conhecido na cidade, também doou a cruz feita de cedro e também realizava a manutenção do local.
Em 2018, a prefeitura elaborou um projeto de intervenção no cemitério, sendo retirada a cruz para avaliação e restauração da madeira, e a cerca que delimita o local foi refeita e reforçada, além da colocação de um novo portão.
Sobre o primeiro sepultamento no local, alguns acreditam ser Francisco Peres Ságio, na data do dia 13 de junho de 1960, filho de Aníbal Perez. Outros acreditam que Francisco seria apenas o terceiro sepultado.