PASSOS – Prefeitos dos 22 municípios que integram a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg) estão em contato permanente com órgãos de segurança pública do estado, como Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público, para garantir a segurança dos estudantes nas escolas públicas e privadas da região.
Segundo a Ameg, após o massacre ocorrido em uma creche em Blumenau (SC), onde um homem de 25 anos matou crianças com idade entre 4 e 7 anos, uma onda de mensagens com supostos ataques tem deixado estudantes, pais e professores com medo de permanecer no ambiente escolar.
“Sabemos que a comunidade em geral está assustada com esse acontecido, mas é isso que eles querem. Nos provocar medo, colocar a população em pânico e alterar nossa rotina. Não podemos deixar que isso aconteça. Nós, prefeitos de toda a região, estamos em contato direto com a Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, diretores de escolas, entre outros atores envolvidos diretamente na questão escolar. Não estamos medindo esforços para aumentar e ampliar a segurança das nossas crianças”, afirmou o prefeito de Passos e presidente da Ameg, Diego Oliveira, que pediu as pessoas que não piorem a situação disseminando fake news.
“A questão é simples, se todos nós ficarmos compartilhando fake news e entrando em pânico, estaremos fazendo exatamente o que eles querem. Compartilhar este tipo de coisa, mesmo que seja de boa intenção, perguntando para outras pessoas se sabem se isso ou aquilo é verdade ou não, é o combustível que as fake news precisam para se alastrar no meio da nossa sociedade”, enfatizou o prefeito.
Para enfrentar o problema, o governo federal anunciou recursos para que estados e municípios melhorem a segurança nas escolas. Em Minas Gerais, o governo estadual lançou na última segunda-feira, 10, a “Operação de Proteção Escolar”. A nova ação, de natureza preventiva, antecipa a articulação entre polícia e comunidade, e tem intenção de ampliar e fortalecer a rede de proteção às unidades de ensino públicas e privadas nos 853 municípios mineiros.
Nesta quarta-feira, 12, diretores e vice-diretores das escolas públicas e privadas de Passos estiveram reunidos como a Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público no auditório do 12° Batalhão da Polícia Militar para traçarem medidas de segurança e estabelecer canais de comunicação. A ideia é que estes encontros para troca de informações e alinhamento de condutas entre os órgãos de segurança, escolas e poder público municipal ocorra em todas as cidades mineiras.
Segundo a PM, a articulação envolverá programas de prevenção já desenvolvidos nas escolas, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e o Programa de Educação Ambiental (Progea), que serão intensificados.
Sobre notícias que têm circulado nas redes sociais e causado insegurança entre a comunidade escolar de todo o estado, a PM informou que o setor de inteligência da corporação não detectou anormalidades em Minas Gerais. Por sua vez, o delegado de Polícia Civil da 3ª Delegacia Regional de Segurança Pública de Passos Felipe Capute informou que existe uma investigação em andamento, mas até agora o que se encontrou foram mensagens falsas com o único objetivo de provocar pânico nas pessoas e estas mensagens são disseminadas por adolescentes.
A PM reforçou que toda ameaça que chega à corporação é checada. Essa informação ou ameaça passa a ser considerada boato somente após a instituição concluir a verificação de procedência e conteúdo.
Para o promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Passos, Éder Capute, embora estas mensagens, na maioria delas, sejam uma brincadeira de mau gosto, todas as denúncias são apuradas e os adolescentes que forem identificados como autores de ameaças serão apreendidos, podendo responder por terrorismo, inclusive ter pedido de recolhimento ao Centro de Ressocialização de menores infratores por parte do Ministério Público.