Leonardo Natalino
PASSOS – No preparo da salada, em molhos ou em carnes, o azeite é um ingrediente que faz parte do dia a dia dos brasileiros. Segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil está na vice-liderança de países que mais importam azeite no mundo, com 62 mil toneladas anuais. Contudo, o consumo corre risco de diminuir, pois o preço do produto aumentou 37% nos últimos seis meses no país, segundo o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA).
Nos supermercados de Passos, o preço médio do azeite de oliva extra virgem de 500 ml é R$ 48,27, com o mais caro custando R$ 55,55 e o mais barato R$ 44,90. Há cerca de seis meses, o preço médio do mesmo produto era de R$ 32,45. A diferença é R$ 15,82 (32,7%).
A média das embalagens extra virgem de 250 ml é de R$ 29,57, com a mais barata à venda por R$ 25,90 e a mais cara por R$ 33. E os óleos compostos de 500 ml, que são produzidos a partir da mistura de óleo de soja e azeite, estão com o preço médio de R$ 18,62.
Júlia Alves, de 28 anos, se assustou com o aumento do preço e confessou que substituiu o item. “Antes, usava pra fritar frango, ovo, bife. Agora faço no óleo (de soja) ou na manteiga ou margarina. Na salada, só vinagre e limão. Tá um absurdo”.
Segundo informações da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira, o aumento nos preços do azeite está relacionado às “mudanças climáticas globais”, que resultam em perdas nas safras do produto. Adicionalmente, a seca na Europa nos últimos dois anos, afetando significativamente a produção, contribui para a elevação dos preços no mercado internacional.
O ano anterior registrou a safra menor produtiva da história, com uma diminuição de 26% em relação à média anual. Em agosto, na região da Andaluzia, na Espanha, responsável por mais de 40% da produção global, o preço do azeite atingiu 8,20 euros (R$ 44,60) por quilo, representando um aumento de aproximadamente 116% em relação aos 3,80 euros por quilo pagos em agosto de 2022.