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‘Pontes de Madison’ no Cine Clube

Meryl Streep e Clint Eastwood em cena de ‘As Pontes de Madison’ (Divulgação) / Foto: Divulgação

O diretor Clint Eastwood, com sua imensurável sensibilidade, compreende isso muito bem e usa dos detalhes como seu principal trunfo em As Pontes de Madison, em cartaz nesta terça no Cine Clube Pipoca & Bala Pipper, em Passos. A trama gira em torno de Francesca Johnson (Meryl Streep), uma típica dona de casa estadunidense da década de 1960, mãe de dois adolescentes de 16 e 17 anos e casada com seu esposo Richard (Jim Haynie) há tanto tempo que precisa calcular nos dedos desde quando está nesta relação. Ela ficará quatro dias sozinha em seu lar, pois o resto da família participará de uma competição estadual de novilhos. É quando o fotógrafo da revista National Geographic, Robert Kincaid (Clint Eastwood) entra na história. Ele vai até o condado de Madison para fotografar as famosas pontes cobertas da região e estaciona na residência de Francesca para pedir orientações.

Desde o primeiro contato dos dois é visível a mudança no comportamento da dona de casa. Se até então havia demonstrado uma quietude muito grande, resultado de um ambiente familiar composto por relações mais frias, ela quase não consegue disfarçar o entusiasmo ao conversar com Robert, fruto tanto do fato novo em sua rotina que a visita dele representa quanto pelo recém despertado interesse nele. Ela aceitar, de forma quase instantânea, levá-lo até o local desejado é mais uma prova disso. Assim como a magistral atuação de Meryl Streep, com ênfase nos olhares curiosos, sorrisos envergonhados e gestos nervosos, concebendo uma personagem carregada daquela inocência de quem se apaixona pela primeira vez.

Após finalizar seu trabalho, Robert leva Francesca de volta para casa e é convidado a entrar para tomar um chá gelado. É aqui que os detalhes, que já marcavam importante presença desde o início da projeção, começam a ter um significado cada vez maior. A forma suave como Robert fecha a porta da cozinha, contrária à agressiva batida do marido e do filho que tanto incomodam Francesca. A insistente boa vontade dele em ajudá-la nas tarefas, algo que se acostumou a fazer individualmente. As longas conversas sobre os mais diversos assuntos e temas, absolutamente contrário ao silêncio de seu cotidiano (lembremos da cena do almoço familiar no início do filme). Francesca arrumando o colarinho de Robert, um gesto que demarca intimidade e afeto, originando, em seguida, o primeiro contato físico intenso entre ambos.

Todos esses detalhes começam a criar um ambiente único entre os dois, quase como um sonho ou um universo particular, algo muito bem pensado pelo diretor. Isso porque acompanhamos essa inesperada história de amor através das lentes das versões adultas de Caroline (Annie Corley) e Michael (Victor Slezak), os filhos de Francesca, que têm contato com os relatos deixados por sua recém falecida mãe em livros, onde ela confessa todos os detalhes daqueles dias. (Rodrigo Pereira/Plano Crítico)

AS PONTES DE MADISON (The Bridges of Madison County). EUA, 1995. Direção: Clint Eastwood. Roteiro: Richard LaGravenese, Robert James Waller. Elenco: Meryl Streep, Clint Eastwood, Annie Corley. A ser exibido no Cine Clube Pipoca & Bala Pipper, terça-feira, 7, às 20h00, no anfiteatro da Casa da Cultura.

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